O inquérito policial foi concluído nesta segunda-feira (29). Mayla Rafaela Martins, de 22 anos, foi encontrada morta no dia 15 de janeiro, às margens da MT-485, entre Sorriso e Lucas do Rio Verde.
O empresário Jorlan Cristiano Ferreira, de 44 anos, investigado por matar Mayla Rafaela Martins, de 22 anos, foi indiciado, nesta segunda-feira (29), por homicídio qualificado (cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino no contexto da violência doméstica) e ocultação de cadáver. A jovem foi encontrada morta no dia 15 de janeiro, às margens da MT-485, entre Sorriso e Lucas do Rio Verde, a 420 km e 360 km de Cuiabá, respectivamente.
O inquérito policial foi concluído pela delegada Ana Caroline Mortoza Lacerda, do Núcleo de Defesa da Mulher da Delegacia de Lucas do Rio Verde.
De acordo com a Polícia Civil, Mayla teria desaparecido após entrar no carro do empresário no dia anterior ao crime. As equipes informaram que funcionários da fazenda estavam passando uma máquina de plantio na propriedade rural e viram uma lona. Ao se aproximarem, encontraram o corpo da vítima.
Segundo a polícia, ela tinha marca de golpes de faca pelo corpo. Durante as investigações, a equipe policial apurou que um veículo de cor preta teria abordado a vítima em um posto de combustível do município. Depois, esse veículo foi visto seguindo em direção ao local onde o corpo foi encontrado.
A partir dessas informações, os policiais civis conseguiram identificar a placa do carro e também o proprietário. Ao ser questionado sobre o crime, o empresário confessou aos policiais o assassinato e foi preso em flagrante.
O homem relatou à polícia que matou a vítima no quintal da casa dele usando uma faca, depois enrolou o corpo com a lona de uma piscina e escondeu na área da fazenda.
Pessoas próximas a Mayla contaram ao g1 que os dois passaram a se encontrar com frequência após a esposa do suspeito viajar para outro estado. A jovem teria contado para os amigos que queria retornar para Várzea Grande, região metropolitana da capital, onde vivia anteriormente, no entanto, o empresário não aceitava e teria passado a ameaçá-la.
No dia do crime, Mayla compartilhou uma foto da placa do carro do empresário com pessoas próximas a ela, o que ajudou a polícia a localizá-lo. Nas redes socias, amigos e familiares da vítima pedem ajuda para custear o translado do corpo para a cidade natal da jovem.
Delegado fala sobre confissão do empresário sobre morte de mulher trans
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito relatou que matou a vítima no quintal da casa dele usando uma faca, depois enrolou o corpo com uma lona de piscina infantil e o escondeu na área de uma fazenda na MT-485, entre os municípios de Lucas do Rio Verde e Sorriso, no norte do estado.
O delegado responsável pelo caso, João Antônio Batista Ribeiro Torres, disse que o suspeito disse que contratou os serviços da vítima, que atuava como garota de programa na região, e a levou para a casa onde o assassinato ocorreu. Segundo ele, o suspeito não contou a motivação do crime.
Segundo o delegado, Jorlan confirmou que utilizou a lona de piscina da própria filha para enrolar o corpo da vítima. Além disso, lavou as roupas que utilizou no dia do crime e mandou o carro para um lava-jato para apagar os vestígios.
O veículo e a arma utilizados no homicídio foram apreendidos e encaminhados para a perícia da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). O suspeito foi preso em flagrante pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O procedimento policial foi encaminhado à Justiça, com o pedido de prisão preventiva.
Em um áudio gravado no momento da prisão e confirmado pelo delegado responsável pelo caso, o suspeito detalha a dinâmica do crime à polícia.
Durante a audiência de custódia, o empresário reiterou sua narrativa, alegando que causou a morte de Mayla em legítima defesa, pois a vítima teria tentado roubar dinheiro dele.
O investigado sustentou que Mayla teria pedido a companhia para tomar uma cerveja, mas que ela estava portando uma faca e exigiu R$ 1 mil para evitar um “escândalo”. Os policiais, no entanto, não acreditam na versão citada.