Dia Internacional da Capivara: animal é símbolo de preservação de espécies ‘guarda-chuva’, dizem pesquisadores de MT

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De pata em pata, as capivaras atravessam ruas, calçadas, faixas de pedestres e dominam o cenário no Parque das Águas ou no Parque Tia Nair, em Cuiabá. Não importa onde for, elas chamam atenção pelo carisma e fácil adaptação ao ambiente urbano. Nesta quinta-feira (14), é comemorado o Dia Interncional da Capivara.

Mas todo esse charme tem uma importância à natureza que vai além das aparências: elas são consideradas símbolos da preservação das espécies “guarda-chuva”. É o que afirmam os dois professores de biologia da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Ricardo Alexandre Kawashita Ribeiro e Leandro Alves da Silva.

“O papel que esses simpáticos animais exercem é no equilíbrio ecológico, controlando populações de plantas, dispersando sementes e servindo de alimento para outros animais. Outro fato relevante é que são animais carismáticos, que podem ser utilizados como espécies ‘guarda-chuva’, que são espécies símbolo para preservação. É necessário preservar seus ambientes e, consequentemente, todas as outras espécies ali presentes são beneficiadas”, afirmam.

 

Segundo eles, as capivaras estão entre os maiores roedores do mundo e chegam a pesar até 75 kg, estando no mesmo grupo dos ratos e camundongos. Elas são endêmicas da América do Sul e Central, ou seja, aparecem do Panamá até o Uruguai.

Elas se alimentam de plantas e têm hábitos semi-aquáticos. Além disso, também atendem pelo nome científico Hydrochoerus hydrochaeris.

“Apesar de o nome popular ‘capivara’ ter origem no tupi-guarani (kapi’wara), que significa ‘comedor de capim’, estes animais não se alimentam exclusivamente de capim. Na realidade, elas consumem uma grande variedade de plantas rasteiras e aquáticas. Chegam a formar bandos grandes, com mais de 20 indivíduos, que pastam as margens de rios e córregos”, contam.

Capivara é fotografada no zoológico da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. — Foto: Denise Soares/G1

A presença das capivaras no ambiente urbano não se deve à diversão. Pelo contrário, isso mostra que elas perderam o próprio habitat natural por causa do rápido crescimento das cidades.

“Neste contato entre capivaras e seres humanos, geralmente quem leva a pior são as capivaras, que podem ser atropeladas, caçadas, serem contaminadas pela poluição ou adoecerem. Algumas destas doenças que nós as expomos podem, inclusive, serem transmitidas de volta para nós. São as chamadas doenças zoonóticas, como o caso da febre maculosa. No caso dessa doença bacteriana, as capivaras podem servir como reservatórios naturais dessa moléstia, sendo transmitidas aos humanos através de carrapatos infectados pelas bactérias”, explicam.

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O Noroeste

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