Salete Fernandes Branco, de 68 anos, decidiu incrementar a psicopedagogia com a presença de cães e gatos em sua clínica; pais e professores aprovam o método e veem resultados.
Nesta terça-feira (12) é comemorado o dia do psicopedagogo, profissional que une a psicologia e pedagogia com o objetivo de auxiliar a aprendizagem e comportamento social, não só das crianças, como de adolescentes e adultos. A data é uma homenagem à fundação da Associação de Psicopedagogos de São Paulo, primeira entidade do país a reunir profissionais da área.
Em Paranatinga, a 411 km de Cuiabá, a dona Salete Fernandes Branco, de 68 anos, decidiu incrementar a união dessas duas profissões com a presença de animais em sua clínica. São três gatos e três cachorros, todos da própria profissional.
A psicopedagoga contou que gosta de animais desde a infância e quando começou a estudar a área já pensava em uma forma de utilizá-los. Segundo ela, o método faz com que as crianças voltem a atenção para o que está sendo ensinado, pois os bichos são partes fundamentais na forma de aprendizagem.
“Eu mostro os animais para as crianças e faço questionamentos, como ‘quantas patas tem o gatinho? Quatro, então são quadrúpedes’. Da mesma forma, é possível ensinar o que são pares e ímpares, é possível aprender matemática, ciências… Diversas pesquisas já mostraram que a aprendizagem assistida por animais tem um resultado muito mais eficiente , explicou.
Além de auxiliar na aprendizagem de alunos, dona Salete atende crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ela explicou que, com apoio de um psicólogo e de um pediatra, realiza avaliações e encaminha um diagnóstico multidisciplinar.
“Eu acredito que a psicopedagogia é um círculo formado por família, paciente e escola. Na devolutiva do diagnóstico, eu gosto os pais ou os responsáveis estejam presentes, porque é preciso orientá-los. Cada criança tem seu nível de dificuldade e suas especificidades”, disse.
Os pais das crianças atendidas aprovam o método e veem resultados, como a Regiane Farias, mãe da Ana Beatriz Farias, de 9 anos. Ela percebeu na filha, que a socialização foi outro aspecto que melhorou, além do aprendizado.
“A Ana Beatriz tinha medo de avaliação, provas, mas desde que começou a ser atendida pela dona Salete, ela está tendo ótimos resultados. E ela se diverte muito porque lá ela interage e isso reflete na sala de aula também”, declarou.
Psicopedagogos e professores
Dona Salete também realiza visitas em escolas, ministra palestras e acredita que professores e psicopedagogos devem trabalhar juntos. Para a coordenadora escolar Tayza Alves, o psicopedagogo tem papel essencial na formação do aluno dentro e fora da sala de aula.
“O psicopedagogo tem o papel de auxiliar na formação do aluno para o seu sucesso escolar e também para a vida, e o método assistido por animais propicia bases e ferramentas relacionadas à construção do conhecimento”, analisou.
Dois alunos da professora Aurina Gomes Flores fazem acompanhamento com a dona Salete, e além dos avanços na aprendizagem, ela notou que ambos estão mais confiantes e concentrados.
“Os animais despertam nas crianças e nas pessoas de forma geral, senso de cooperação, cuidado… a criança se sente mais confiante porque o animal depende dele de alguma forma, então as crianças se sentem mais seguras. Além disso, ajudam também a controlar o estresse, e consequentemente, melhora a concentração”, afirmou.