Com sete mortes confirmadas e outras sete em investigação, Mato Grosso já tem mais de 12,2 mil casos prováveis de dengue em 2024. Dados são do Ministério da saúde e apontam que, no Estado, a cada 1h pelo menos 10 pessoas apresentam sintomas da doença. Em média, na última semana, foram registrados 260 casos por dia, um aumento de quase 20% se comparado à semana anterior, quando eram 10.460.
Em apenas sete dias, foram registrados 1.832 casos no Estado. A incidência estadual já chega a 336 casos para cada 100 mil mato-grossenses e o número de casos graves da doença é de 290. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que taxas cima de 300 casos por 100 mil habitantes indicam uma situação de epidemia da doença. Em todo país, são mais de 1,88 milhão de casos prováveis e 561 mortes em decorrência da dengue neste ano.
O balanço do Ministério da Saúde aponta ainda para a ocorrência da chikungunya, com um óbito e 3.471 registros da infecção no Estado, o que corresponde a uma taxa de 94,9 ocorrências por de 100 mil pessoas e deixa o território matogrossense em alerta para a enfermidade. Quanto à zika, não há registro de casos prováveis, segundo o boletim. Em estado de alerta para a doença, nesta semana a Secretaria de Estado de Saúde (SES) lançou a “Semana D” contra a dengue, uma campanha de conscientização da população contra o mosquito Aedes aegypti.
A ação tem o objetivo de unir forças e construir uma força-tarefa para reduzir o risco de uma epidemia em Mato Grosso. Em Mato Grosso, a SES confirmou apenas os sorotipos circulantes DENV-1 e DENV-2.
CRESCIMENTO
Se comparado ao mesmo período do ano passado, houve aumento de 35% nos casos prováveis da doença. Já em relação às mortes, o crescimento é 40%, e nos casos graves o aumento chega a quase 80%.
Epidemiologista e virologista, Ana Claudia Trettel afirma que com o aumento dos casos o momento é de maior conscientização e importante união na luta contra o mosquito que pode matar. “O combate e a vigilância precisam ser diários. Se cada um fizer a sua parte, vencemos”.
69% das cidades estão com alerta de risco
Com 69% dos municípios em alerta e risco para a dengue, a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Alessandra Moraes, afirma que as ações idealizadas na campanha facilitam a articulação junto às gestões municipais para agir contra o aumento dos casos. Até o dia 30 de março, diversas ações serão feitas em escolas, unidades de saúde, órgãos públicos, igreja e outros. “A Semana D é uma ação realizada em regime de colaboração com os 142 municípios que buscam o enfrentamento aos casos de dengue.
São ações que se estendem à conscientização coletiva e abrangem do jovem estudante em sala de aula até os seus avós em casa, aumentando o núcleo de atuação no combate à dengue”, afirmou. Neste ano, o primeiro Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa/LIA), divulgado pela SES, apontou que 59 municípios estão em situação de alerta de infestação do mosquito transmissor de dengue, chikungunya, zika e febre amarela.
Outros 39 têm índices considerados de risco. Treze municípios não enviaram informações, entre eles Tangará da Serra que está com epidemia de dengue e chikungunya e sendo orientado pela SES a realizar outras atividades do Programa Nacional de Controle da dengue.