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domingo, novembro 17, 2024
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Delegado de MT é indiciado por abuso e ameaça contra empresária em condomínio de luxo: ‘ela paga pelos erros dela e eu pelos erros e pelos meus’ | Mato Grosso

A Polícia Civil concluiu o inquérito instaurado na Corregedoria Geral e indiciou o delegado Bruno França Ferreira de Sorriso, no norte do estado, por ameaça e abuso de autoridade durante uma abordagem realizada em um condomínio de luxo de Cuiabá, em novembro de 2022.

“O inquérito policial foi relatado no dia 26 de dezembro com o indiciamento do delegado pelo crime de constranger o preso, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência – previsto no artigo 13 da Lei de Abuso de Autoridade, praticado contra a dona da residência e injúria, praticado contra o advogado de defesa dela”, informou PJC.

O delegado disse que a decisão foi justa, mas que também mostra que não houve invasão a domicílio.

“Achei justo o indiciamento, sinceramente, eu realmente excedi na verbalização, não deveria ter feito isso. Fiquei muito satisfeito, pois o inquérito esclareceu a história da defesa dela [empresária] de que era uma briga de criança, de que eu tinha invadido a casa […] mas ficou provado que a porta estava aberta, que na verdade ela estava em flagrante junto com o marido. Desejo agora que ela siga a vida dela pagando pelos erros dela e eu vou seguir a minha pagando pelo meu”, disse.

Delegado armado invade casa de mulher à noite em Cuiabá — Foto: Câmeras de segurança/Cedida
Delegado armado invade casa de mulher à noite em Cuiabá — Foto: Câmeras de segurança/Cedida

A entrada na casa da empresária foi registrada por uma câmera de segurança. As imagens mostram que, ao entrar no local, o delegado diz que vai “estourar a cabeça dela”.

O inquérito aponta que a empresária praticou stalking em desfavor ao filho do delegado, desde fevereiro de 2022.

“Preliminarmente, é preciso esclarecer que não houve o crime de violação de domicílio, pois como dos autos consta, a sra. praticou, reiteradas vezes, o delito de stalking em desfavor do adolescente […], estando portanto no dia dos fatos em flagrante delito”, diz trecho do documento.

O marido da empresária, Camilo Veloso Nunes disse que a decisão de não indiciar o delegado por invasão a domicílio é absurdo. Segundo ele, a família precisou mudar de estado para se sentir segura.

“Não tem o mínimo de cabimento esse questionamento de perseguição, sendo que a gente muda de condomínio e o menino vai para o nosso condomínio[…] A porta não estava aberta. É uma mentira, tem vídeos que mostram isso, que nas primeiras batidas da porta, não abre e só abre na hora que ele dá um chute. A gente pediu tortura psicológica, porque o cara fica lá de 15 a 20 minutos dentro da minha casa entrando e saindo”, pontuou.

O inquérito policial está sob sigilo, uma vez que foram juntadas documentações referentes a uma investigação que estava em trâmite na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), pois envolve menores.

Agora, o caso segue para o Ministério Público.

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