A secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazaretti, rebateu o pecuarista Claudecy Oliveira Lemes, que foi multado em R$ 2,8 bilhões por desmatar com agrotóxicos 80 mil hectares de áreas nativas no Pantanal, na cidade de Barão de Melgaço.
A defesa do fazendeiro, cujas áreas foram embargadas, disse que não houve desmatamento, mas dano causados por “incêndios naturais”.
“Isso é uma desculpa dele, porque ele não tem como dizer outra coisa. Falou isso só pra não ficar sem falar nada”, disse a secretária.
“A materialidade da conduta ficou muito bem estabelecida por todos os levantamentos realizados pela secretaria e pela Polícia Civil, de tal modo que não há o que falar”, afirmou.
“Ele tentou mascarar, mas nosso monitoramento por satélite auxiliou na identificação e quantificação da área e a atuação da equipe em campo fechou o relatório que estabelece um nexo de causalidade entre ação e o resultado que vimos”, explicou.
Mauren Lazaretti afirmou que os 25 tipos de agrotóxicos usados no desmatamento foram comprados legalmente, mas tiveram aplicação irregular – os produtos foram jogados nas áreas nativas por meio de avião.
“Existe [comprovantes da compra], inclusive com receituário agronômico. É uma infração diferenciada, você dá uma aparência de legalidade, porque foram feitas aquisições aparentemente normais, mas o uso foi absolutamente incompatível com a legislação. Nossas investigações culminaram na identificação de toda a aquisição dos responsáveis, tanto o técnico, produtor rural, quanto o que assinou os receituários”, afirmou.
Reincidência e Fantástico
Ela destacou que o desmatamento teve proporções inéditas em Mato Grosso. Por causa disso, o caso teve repercussão nacional e foi exposto no programa Fantástico, da TV Globo (VEJA AQUI)
“Ele [Claudecy] é um infrator reincidente, não é a primeira conduta. Ele já tinha feito uma conciliação [judicial] e agora é reincidente. Isso, inclusive, vai gerar o agravamento do valor desta multa”, disse.
“É um caso bastante atípico, nunca tínhamos registrado no Estado de Mato Grosso. Foi necessário o envolvimento de muitos agentes para que a colheita das provas e a materialidade ficasse consistente, considerando que estamos falando da maior infração já registrada em Mato Grosso por um único proprietário rural”, acrescentou.
O crime
O crime foi identificado pela Polícia Civil, entre os dias 8 e 12 de abril, com a deflagração da Operação Cordilheira que contou com o apoio do Ministério Público Estadual (MPE), da Perícia Oficial, Identificação Técnica (Politec) e Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT).
A investigação foi iniciada em 2022, após denúncia de que uma propriedade rural no Pantanal estava utilizando agrotóxico com a finalidade de promover a limpeza de vegetação nativa, denominado “desmate químico”.
A conduta investigada resultou na mortandade de espécies arbóreas mediante o uso irregular e reiterado de 25 tipos de agrotóxicos em área de vegetação nativa, promovendo o desmatamento ilegal em 11 propriedades rurais.
A aplicação dos produtos tóxicos se deu por via aérea, o que agrava ainda mais a situação, já que as substâncias químicas são conduzidas pelas águas e atingem a fauna, a ictiofauna e até mesmo os seres humanos, com a contaminação dos rios.
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