Lucimar Ferreira Afonso, de 48 anos, está em coma na UTI, respirando com ajuda de aparelhos. Ela sofreu um aneurisma e precisa fazer uma embolização – cirurgia para corrigir o fluxo sanguíneo no local do aneurisma.
Mesmo depois de conseguir uma liminar na Justiça, a costureira Lucimar Ferreira Afonso, de 48 anos, não consegue ser transferida para Cuiabá para realizar uma cirurgia de urgência. A moradora de Poxoréu, a 259 km de Cuiabá, está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Rondonópolis, a 218 km da capital, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), no dia 27 janeiro.
A reportagem entrou em contato com o Hospital Regional de Rondonópolis para saber o motivo da demora na transferência da paciente, mas o órgão informou que não compartilhará informações sobre Lucimar com a reportagem, apenas aos familiares. A nota diz ainda que o Hospital Regional segue normas de diretrizes, das quais fica impedido de prestar as informações solicitadas.
Segundo a policial penal e irmã de Lucimar, Luciene Afonso, após chegar em Rondonópolis, a costureira precisou passar por uma cirurgia devido a uma hemorragia cerebral. Após o procedimento, Lucimar segue em coma na UTI, respirando com ajuda de aparelhos.
“No dia do AVC, ela passou o dia inteiro no hospital cuidando só da glicemia que estava alta e da pressão. Depois a gente soube que ela teve até um aneurisma. Liberaram ela às 17h para vir para Rondonópolis, onde estou com ela desde domingo passado (28)”, contou.
Depois de alguns dias a irmã fez uma angiografia que mostrou que ela sofreu um aneurisma e precisa fazer com urgência uma embolização – correção do fluxo sanguíneo no local do aneurisma.
Pedido na Justiça
Diante da necessidade de urgência para o procedimento, a família procurou a Defensoria Pública e, no dia 2, a Justiça concedeu uma liminar favorável para a transferência de Lucimar para Cuiabá.
A decisão determina que a paciente seja transferida imediatamente para um hospital da rede pública de Cuiabá, que no caso seria o Hospital Estadual Santa Casa, que dispõe de suporte em cirurgia geral. Porém, até a última atualização desta reportagem, ela não conseguiu ser liberada pelo Hospital Regional de Rondonópolis.
Luciene contou que os médicos do Hospital Regional afirmaram que Lucimar está apta para a transferência. No entanto, a Santa Casa não estaria aceitando a paciente por ela estar respirando por aparelhos e que a locomoção da paciente seria delicada ou preocupante ou perigosa
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde, responsável pela gestão da unidade, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
A policial penal explicou que encaminhou todos os documentos da irmã e a liminar ao Núcleo Interno de Regulação (NIR) do Hospital Regional. No entanto, Luciene recebeu uma ligação da equipe da Saúde de Cuiabá informando que o caso de Lucimar foi lançado errado no sistema e que a solicitação dizia que a irmã precisava de um leito de enfermaria e não de uma vaga na UTI para fazer a cirurgia.
Diante da situação, ela afirmou que voltou ao NIR para pedir a correção no sistema e que, embora tenham confirmado que a alteração foi feita, o caso não avançou.
“Em resumo, essa ordem judicial ainda não foi cumprida, não foi apresentada essa vaga para ela. Minha irmã pode morrer por conta disso e eu estou desesperada. É um sofrimento muito grande”, ressaltou.