As mudanças no clima são um dos maiores desafios que a humanidade enfrentará nas próximas décadas, como escreveu o pesquisador da Embrapa Cerrados, Lineu Neiva. Os estudos climáticos feitos pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) indicam os melhores momentos para que os produtores não sofram com perdas expressivas na produção de soja em Mato Grosso.
A produção agrícola do estado está como destaque no cenário nacional e internacional, por isso, o Zarc, anunciado pelo Ministério da Agricultura, é uma das principais estratégias para gestão de risco climático na produção agrícola brasileira, que abrange 43 culturas e todos os municípios do Brasil, ajudando a prevenir e diminuir os impactos de eventos não controláveis, como secas e chuvas excessivas, nas fases mais críticas das culturas.
Com ele, os produtores mato-grossenses podem prevenir possíveis perdas por questões climáticas adversas, mas todos os estudos são construídos com base em probabilidade, então é necessário entender que é não é possível controlar totalmente, mas sim prevenir.
O produtor Walmor Bonetti disse que não utiliza do Zarc em suas lavouras em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, e a menor ocorrência de chuvas que não estava prevista foi o fator que atrapalhou na produtividade agrícola dele.
“A nossa região sofreu demais em relação ao que estavámos esperando. A última safra foi 30% menor do que o esperado, mas, claro, não foram todas as regiões”, contou.
A recente tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul ressalta a imprevisibilidade do clima atrelada às mudanças climáticas agravantes como ondas de calor e reflexo do El Niño que ocorreram na região. Enquanto as lavouras do Rio Grande do Sul sofreram com as chuvas excessivas, desde o mês de abril, em Mato Grosso, mais de 87% dos produtores não conseguiram cobrir os custos da produção pelas condições climáticas, como onda de calor e estiagem (ocorrência de poucas chuvas).
Conforme o levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em parceria com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), que abrangeu 99 dos 142 municípios do estado, a produtividade média das áreas levantadas foi 20% menor que na temporada anterior, quando foi registrada 64,97 sacas por hectare.
O Zoneamento agrícola contribui para garantir a segurança alimentar do país e a sustentabilidade agrícola na região, além de proteger os agricultores de prejuízos econômicos.
Segundo o pesquisador Cornélio Zolin, o clima vem mudando com o passar do tempo, então, após o processamento de informações climáticas feito pela Embrapa, os produtores da região têm a oportunidade de informar se passam por situações semelhantes nas lavouras em reunião com os pesquisadores.
“Após a primeira implementação nas lavouras, o governo percebeu que os produtores que utilizam o Zarc apresentam redução de até quatro vezes no Proagro por apresentar sucesso na escolha da melhor data de plantio”, informou Zolin.
O Proagro é um programa do Governo Federal destinado aos produtores rurais, que assegura o pagamento de financiamentos de custeio agrícola quando a colheita tem sua receita reduzida devido a eventos climáticos adversos, pragas ou doenças incontroláveis.
Essa política de orientação também protege e funciona como um escudo em relação à seguridade agrícola em todo Brasil, pois o produtor pode se preparar para qualquer situação adversa que a lavoura possa enfrentar, utilizando a rotação de culturas, produções integradas como Integração Lavoura Pecuária- Floresta, cobertura de solo e outros.
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