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Comissão de Saúde da ALMT encerra ciclo de audiências no norte do estado

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A Câmara Setorial Temática (CST) para promover levantamentos técnicos, estudos, pesquisas, análises sobre a ciência, inovação, tecnologia e sustentabilidade na agricultura (CTIS – Agro) discutiu durante a 7ª reunião ordinária, realizada na manhã desta segunda-feira (21), a agregação de valores aos produtos primários co-produtos e resíduos da agropecuária. O tema foi apresentado pelo coordenador do Eixo 4 da CST, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Adriano Buzutti de Siqueira.

O coordenador disse que a CST busca alternativas para melhorar o destino certo dos resíduos em Mato Grosso. Ele argumentou que com as palestras de hoje, a Câmara Setorial conseguiu trazer experientes profissionais e pesquisadores que contribuíram para o uso sustentável de biomassa.

“São resíduos que antigamente não tinham destinação adequada e atualmente, conseguimos dar um destino certo, e o mais importante, valorizando e agregando valor a esses materiais de forma melhorando a economia da região. Essa CST busca alternativas para melhorar o destino certo dos resíduos em Mato Grosso”, afirmou. 

A primeira palestra foi sobre a circularidade e eficiência na produção agroindustrial, com a engenheira Naiara Aguiar Calliani. Na sequência, a professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Suzana Mali de Oliveira, falou sobre obtenção de novos materiais a partir de recursos renováveis. Depois, o professor da Universidade de Campinas (Unicamp), Júlio César Pastre comentou sobre tecnologias facilitadores para a síntese química sustentável de compostos de alto valor agregados a partir de fontes renováveis.

De acordo com Adriano Buzutti os resíduos agrossilvopastoris são aqueles gerados nas atividades agropecuárias, como por exemplo a palhada de milho e a casca de arroz e silviculturais, como por exemplo, serragem, maravalha e resíduos de serraria, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades (como embalagens de fertilizantes e de agrotóxicos).

“Adubos, fertilizantes, esterco, ração, restos de colheitas e até embalagens são exemplos de resíduos e podem ter origem na agricultura ou na pecuária”, lembrou Buzutti.

Conforme o coordenador, os resíduos agroindustriais são gerados no processamento de alimentos, fibras, couro, madeira, produção de açúcar, álcool, sendo sua produção, geralmente, sazonal, condicionada pela maturidade da cultura ou oferta da matéria-prima.

“Este é um tema de extrema importância para que possamos enfrentar problemas atuais e futuros, como cuidar do meio ambiente e aumentar a produtividade de nossos alimentos, de forma a unir como diminuir condições de custos, insumos e ainda promover o desenvolvimento socioeconômico do nosso Estado e país”, relatou ele.

Durante a apresentação, a engenheira Naiara Galliani falou sobre o acompanhamento quantitativo do processo produtivo, que permite uma gerência efetiva das aplicações dos recursos disponíveis quanto ao cumprimento de metas de eficiência e a observação de direcionamentos definidos pela política de produção da empresa.

“Na gestão de indústrias que atuam com nutrição animal, defensivos e adubos, por exemplo, algumas técnicas podem ser utilizadas para obter maior dinâmica produtiva, com foco na identificação de gargalos e implementação de melhorias, tendo como base informações confiáveis e bem estruturadas”, explicou.

Já a professora Suzana Mali de Oliveira direcionou sua palestra falando de pesquisas em extrusão reativa com resíduos lignocelulósicos, que são divididos em três fatores: casca de aveia, casca de soja e bagaço de laranja.

“Trata-se de um processo de tratamento térmico do tipo HTST (High Temperatura Short Time) que por uma combinação de calor, umidade e trabalho mecânico, modifica profundamente as matérias-primas, proporcionando novos formatos e estruturas com diferentes características funcionais e nutricionais”.

Suzana Oliveira falou ainda da produção de óleo fusel, com baixo e alto teor. “Na prática, durante a extração na coluna de retificação, não existe esta separação. A produção percentual de óleo fúsel em relação ao etanol produzido, em condições nacionais, varia de 0,1 a 0,3%”, comentou.

Segundo a professora, o óleo fúsel possui diversas utilizações industriais, dentre elas: reagentes em sínteses orgânicas, indústria de plástico e perfumaria, carburante junto ao etanol e diesel.

“Apesar destas utilidades, o setor sucroenergético busca minimizar sua produção, pois nem sempre possui preço favorável. Agrega-se a este fator a redução da eficiência do processo fermentativo, seja em função do possível estresse as células de levedura e/ou pelo desvio de açúcar para formação destes subprodutos”, lembra Oliveira.

O presidente da CST, José Lacerda, destacou que nos últimos anos, a pesquisa no Brasil teve bastante dificuldade, como por exemplo, a falta interação, as universidades retardaram pesquisas por falta de investimentos e interesse público. Porém, adiantou que o próximo passo será formatar um relatório com alternativas e propostas encaminhar para o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes.

“Após o relatório dessa CST, vamos aproveitar que o Estado possui o Parque Tecnológico, e conversar com o governador, solicitando investimentos com parcerias. Também vamos ouvir a iniciativa privada e o Estado para saber quem vai utilizar, aplicar, executar e produzir as pesquisas”, lembrou Lacerda. A próxima reunião acontecerá no dia 11 de setembro,às 8 horas, na sala 201.

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