Com a chegada de frente fria e a alta de incêndios no Pantanal mato-grossense, Cuiabá ficou coberta de fumaça nesta quinta-feira (8). De acordo com o Programa BDQueimadas, somente entre quarta-feira (7) e esta quinta, foram registrados 213 focos de incêndio no Pantanal.
Em uma foto registrada há dois meses, é possível ver o céu da cidade limpo e azul, com as nuvens bem visíveis. Já nesta quinta, a paisagem é outra: o acúmulo de névoa e fumaça foi tão grande que mal dá para enxergar os prédios.
Um estudo conduzido pelo World Weather Attribution (WWA), um grupo internacional de cientistas especializados em climatologia, mostrou que as mudanças climáticas geradas pela atividade humana aumentaram em 40% a frequência dos incêndios no Pantanal em junho deste ano.
A pesquisa analisou dados desde a Revolução Industrial e comparou-os com os registros do mês de junho deste ano, que foi o mais severo em termos de focos de incêndio desde o início da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 1998. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores consideraram informações sobre umidade relativa do ar, rajadas de vento, níveis de precipitação e temperaturas máximas.
As temperaturas devem começar a diminuir a partir desta sexta-feira (9), em Cuiabá, podendo chegar a uma mínima de 16°C, conforme o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/Inpe).
Após ter registrado uma máxima de 36°C no último sábado (3) e ter amanhecido coberta de fumaça devido a um incêndio florestal na região da MT-251, a previsão indica que este sábado (10) será o dia mais frio do mês. A temperatura deve variar entre uma mínima de 12°C e uma máxima de 27°C.
Além disso, no domingo (11), as temperaturas devem se manter abaixo do habitual para a capital, com mínima prevista de 15°C e máxima de 33°C.
Já na segunda-feira (12), o clima começará a esquentar novamente, com uma máxima de 33°C e mínima de 17°C.
Embora o final de semana seja mais frio, a probabilidade de chuva é bastante baixa, em torno de 5% nos próximos dias, o que significa que o tempo continuará seco. Portanto, é importante estar atento aos efeitos da fumaça e das baixas temperaturas na saúde, especialmente em relação a problemas respiratórios. O médico pneumologista Clóvis Botelho alertou sobre os cuidados necessários durante esse período.
O comandante-adjunto do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), major Felipe Saboia, explicou que a estiagem severa e a baixa umidade do ar são fatores favoráveis para o surgimento natural de incêndios florestais, então é preciso que a população respeite o período proibitivo.
⚠️Conforme determina a Lei 9.605, o uso irregular do fogo associado ao desmatamento ilegal gera multa de até R$ 7,5 mil por hectare. As multas são aplicadas pelo Corpo de Bombeiros Militar e chegaram a R$ 40,5 milhões no primeiro semestre deste ano.
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