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Um levantamento feito pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), por meio do Sistema Informatizado da Central Nacional de Transplante, aponta que há 698 pessoas aguardando por transplante renal no estado, procedimento que não é realizado em hospitais do estado.
Além disso, outras 325 pessoas aguardam por transplante de córnea, 117 por transplante de fígado, 161 por medula óssea e 28 por transplante cardíaco. O estado, no entanto, só realiza transplante de córneas.
A SES explica que os pacientes que precisam de outros órgãos são encaminhados via Tratamento Fora do Domicílio (TFD) para outros estados e que os gastos com locomoção, estadia e alimentação do paciente e acompanhante são pagos pelo próprio governo.
De acordo com a secretaria, nos últimos 12 meses foram realizadas 16 captações de órgãos no estado, sendo seis rins, nove fígados e um de pulmão. De janeiro a agosto de 2023, foram 126 captações de córneas.
Segundo a SES, existem dois tipos de doadores, o doador vivo e do doador falecido. Pode ser um doador vivo qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, podendo doar parte da medula óssea, parte do rim, parte do fígado e parte do pulmão.
Pela Lei, parentes de até 4° e cônjuges podem ser doadores de órgãos de pessoas vivas e não parentes, somente com autorização judicial. Para isso, é necessário que o voluntário tenha sido submetido a uma rigorosa investigação clínica, laboratorial e de imagem e esteja em boas condições de saúde, possibilitando que a doação seja feita dentro de um limite de risco aceitável.
Já os doadores falecidos tratam-se de pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de lesões cerebrais, como traumatismos cranianos ou derrame cerebral (AVC). Esses pacientes podem doar coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córneas, veias, ossos e tendões, mas é importante que tenha manifestado ainda em vida, para a família, o desejo de ser doador.
No Brasil, só existe um único cadastro para doadores que é o Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), realizado nos hemocentros públicos. Os interessados podem se cadastrar na sede do MT Hemocentro, em Cuiabá.
A captação de órgãos em Mato Grosso começa após a notificação de morte encefálica de um paciente. Depois da confirmação do diagnóstico, é realizada uma entrevista familiar e a triagem de sorologia e condições clínicas do possível doador. Se a cirurgia for viável, é iniciado o processo de captação, autorização da doação e confirmação da compatibilidade dos receptores.
A captação pode ser feita em qualquer unidade hospitalar da rede pública ou privada.
A realização da cirurgia depende de três fatores: a posição do paciente na fila do Sistema Nacional de Transplante, o quadro clínico do paciente e a compatibilidade entre o doador e o receptor, como por exemplo o peso e o tipo sanguíneo.
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