Um idoso de 63 anos que trabalhava como caseiro foi resgatado de um trabalho análogo à escravidão em um sítio de Juína, a 740 km de Cuiabá, durante uma força-tarefa realizada por Auditores-Fiscais do Trabalho, entre os dias 8 e 13 deste mês.
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), o idoso não possui nenhuma documentação pessoal e trabalhava há 16 anos no local sem carteira assinada e sem receber salário.
O trabalhador contou que era responsável pelo cuidado de ovelhas, galinhas, leitões e cavalos. Além disso, cuidava da manutenção de cercas, curral e de uma pequena horta. Aos domingos ele também tinha que alimentar os animais e nunca tirou férias ao longo dos 16 anos de trabalho.
Os donos da propriedade confessaram que não pagavam o funcionário. Eles alegaram que como pagamento ao serviço prestado forneciam roupa, sapato e comida ao trabalhador.
Os empregadores ainda afirmaram que supriam todas as necessidades do empregado, mas não o pagavam em dinheiro porque, segundo eles, o idoso não teria condições de administrar o valor.
De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso, o não pagamento de salários deixava o trabalhador resgatado em posição de dependência absoluta em relação à família empregadora, já que sem dinheiro e sem qualquer tipo de documento pessoal ele não tinha liberdade de sair do local.
Os empregadores foram notificados para regularização do trabalhador e para efetuarem o pagamento das verbas trabalhistas.
Assistentes sociais do município encaminharam o idoso para um abrigo, onde receberá assistência necessária e os encaminhamentos para a emissão dos documentos pessoais.
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