Senador Mauro Carvalho (União) recebeu nessa segunda-feira (2), lideranças indígenas de Mato Grosso e explicou que eles não pedem mais terras, mas sim de políticas públicas para facilitar a produção. Segundo o senador, os indígenas da etnia Parecis, por exemplo, plantam apenas 1,6%, enquanto o 98% restante das terras são preservados.
Mauro explicou que os indígenas são a favor da decisão do Senado Federal, que aprovou o Marco Temporal. Porém, ainda tem reivindicações a fazer, como políticas públicas para o desenvolvimento na área de saúde e educação.
Marco temporal é uma tese jurídica segundo a qual os povos indígenas têm direito de ocupar apenas as terras que ocupavam ou já disputavam em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição.
“Eles deixaram claramente na reunião que não precisam de políticas públicas para ajudá-los a produzir uma agricultura mecanizada. Essa é a grande reivindicação que eu vi hoje dessas etnias, realmente cobrando não só do governo estadual, mas também do governo federal, políticas públicas para o seu desenvolvimento e com esse sustento proporcionar a sua etnia uma melhor qualidade de vida para todos”, disse.
Senador comentou que, agora, o seu papel é tentar levar isso a Brasília. Segundo ele, o cacique Arnaldo foi convidado para participar no Senado Federal da CPI das ONGs, onde ele poderá colocar as suas necessidades. Já aqui em Mato Grosso, Mauro afirmou que será marcada uma reunião com o governador Mauro Mendes (União), com várias etnias, para eles apresentarem as suas necessidades ao chefe do Poder Executivo do Estado.
Carvalho deu o exemplo da etnia Parecis, em Mato Grosso, onde com 20 mil hectares de terra, planta apenas 1,6%. Ou seja, os outros 98% são preservados. Para Carvalho, aumentar essa produção dos indígenas é atender a necessidade das etnias, uma vez que haverá mais produção e qualidade de vida.
“Essa é a necessidade que eles reivindicam [mais produção] hoje para mim, no sentido da gente ter políticas que vão facilitar a produção. Essa produção, eles se espelham muito na etnia Parecis, que hoje planta em 1,6% do seu território, mas que isso significa 20 mil hectares. O resto tudo é preservado. Então, 98% do território da etnia Parecis é preservado. Essa etnia tem dado exemplo não só para Mato Grosso, mas para outros estado da federação”, disse.