👱♀️Depois de chamarem atenção pela pelagem mais clara causada pelo calor intenso de Cuiabá, as capivaras “loiras” podem recuperar sua cor marrom natural. A mudança ocorre durante o ciclo de troca de pelos e revela como os animais se adaptam às condições climáticas.
A médica veterinária Mayara Vincenzi explicou que os mamíferos, em geral, trocam de pelo até duas vezes por ano e, por isso, as capivaras podem voltar à coloração original.
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Os mamíferos fazem a troca da pelagem de forma gradual: o pelo cai e já vem outro no lugar. Se o animal não for novamente exposto ao sol intenso após essa troca, a nova pelagem mantém a cor natural, determinada pela genética.
“Se a capivara tem uma pelagem castanha, por exemplo, o novo pelo vai nascer com essa cor original. No entanto, se ela continuar exposta ao sol extremo durante o processo de troca, os novos pelos também podem desbotar, adquirindo tons mais claros”, contou.
A mudança na coloração das capivaras é resultado da degradação da melanina, causada pela radiação ultravioleta, principalmente em regiões de alta incidência solar, como Cuiabá.
Ainda de acordo com a veterinária, a descoloração da pelagem não é um fenômeno exclusivo das capivaras, isso acontece com qualquer animal que tenha melanina, inclusive com os humanos.
A veterinária destacou que esse fenômeno também é comum em outros animais expostos ao sol, em animais com pelagem mais escura, como marrom ou preta, por exemplo, é mais fácil perceber essa alteração, já que a pelagem pode adquirir tons mais claros ou avermelhados devido à exposição prolongada ao sol.
“Cavalos de pelagem preta, por exemplo, podem ficar com uma tonalidade mais avermelhada após longos períodos sob o sol. Em humanos, pessoas que vivem em áreas quentes, como regiões litorâneas ou cidades como Cuiabá, também podem perceber alterações na tonalidade do cabelo por conta da radiação solar”, explicou.
A coloração ‘loira’ das capivaras, não é motivo de preocupação, mas um reflexo natural da adaptação às condições climáticas extremas.
Capivaras ficam ‘loiras’ por exposição ao sol e calor de Cuiabá?
Fêmeas de capivara mantêm modelo de “creche” para cuidado dos filhotes — Foto: Erika Hingst-Zaher
A capivara é o maior roedor vegetariano do mundo, um animal adulto pode pesar 70 kg. Ela tem cabeça grande, orelhas pequenas e não possui cauda. O macho pode ser identificado por uma glândula sebácea, localizada no focinho.
A capivara se alimenta de capins e ervas comuns em várzeas e alagados. A espécie possui hábitos semiaquáticos e é excelente mergulhadora, tendo inclusive pés com pequenas membranas. Ela se reproduz na água e a usa como defesa, escondendo-se de seus predadores. Por isso, a capivara pode permanecer submersa por alguns minutos.
Em algumas regiões e até nas cidades, pela falta de predadores, muitos grupos se tornam maiores e as populações ficam fora de controle. Por outro lado, entre as décadas de 60 e 70, as capivaras foram muito caçadas, especialmente na região do Pantanal, quando a pele e o óleo delas eram comercializados para uso medicinal.
Sob supervisão de Kessillen Lopes*
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