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Cerca de 350 camponeses de Mato Grosso ocuparam, na manhã desta segunda-feira (28), as sedes da Justiça Federal e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Centro Político Administrativo (CPA), em Cuiabá, para reivindicar a retomada das terras públicas da União e a destinação delas para a Política Pública de Reforma Agrária. A deve seguir até sexta-feira (1°).
A reportagem procurou a Justiça Federal e o Incra, mas não obteve retorno até esta publicação.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT-MT) e com o Movimento Sem Terra (MST-MT), responsáveis pela organização da manifestação, durante a ação, os camponeses também denunciam a paralisação da Política Pública de Reforma Agrária, por meio de decisões em mandados de segurança do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), referentes às áreas pertencentes à União.
No Incra, os manifestantes pedem a disponibilização de recursos para garantir a estrutura dos assentamentos no estado, a viabilização de estrutura física da Superintendência Regional do Incra e o fortalecimento do Programa de Educação da Reforma Agrária (Pronera).
Outro caso que as famílias cobram do Incra é o indeferimento dos pedidos de regularização fundiária das áreas griladas nas glebas Gama, nos municípios de Nova Guarita e Nhandú, em Novo Mundo.
Segundo a organização da manifestação, a Gleba Mestre I em Jaciara e a Fazenda Cinco Estrelas em Novo Mundo são reféns de decisões liminares em dois mandados de segurança, o que impede o assentamento das famílias acampadas há mais de 15 anos.
Os camponeses realizam, neste ano, a 3ª edição da Semana da Resistência Camponesa, que tem como objetivo chamar a atenção da sociedade e das autoridades para a importância e a necessidade de reforma agrária em Mato Grosso, além de denunciar casos de grilagem de terras públicas e de judicialização dos processos das famílias camponesas.
A organização da ação é da Comissão Pastoral da Terra (CPT-MT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-MT). A iniciativa conta com o apoio do Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad), do Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH) e da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE).
A reforma agrária consiste na reestruturação da organização das terras com o intuito de fomentar e possibilitar a realocação dos terrenos rurais, ou seja, efetuar a entrega das propriedades para cumprir sua função social.
De forma geral, a reforma é um conjunto de estratégias e iniciativas com o propósito de assegurar uma distribuição equitativa de terras, promovendo modificações nos sistemas de gestão e posse, de forma que garanta que os trabalhadores rurais tenham acesso a uma quantidade apropriada das terras cultivadas.
▶️ O que é o assentamento? O assentamento de reforma agrária é um conjunto de unidades agrícolas, instaladas pelo Incra em um imóvel rural. Cada unidade é destinada a uma família de agricultor ou trabalhador rural sem condições de adquirir um imóvel.
▶️ O que as famílias beneficiadas devem fazer? Os agricultores assentados devem morar na unidade e explorá-la para sustento próprio, por meio do desenvolvimento de atividades produtivas diversas.
▶️ Como são criados os assentamentos? Por meio da publicação de uma portaria, em que constam os dados do imóvel, a capacidade estimada de famílias e o nome do projeto de assentamento. O cadastro dos candidatos e a definição das famílias a serem assentadas são realizados por meio de editais do Incra.
▶️ Como ser beneficiado como assentado? O trabalhador rural deve participar de seleção promovida pelo Incra. O interessado deve ter inscrição ativa no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
▶️ O que acontece após a seleção das famílias? A instalação das famílias é o primeiro passo. Depois, o Incra começa a investir em obras de infraestrutura dos assentamentos, como demarcação dos lotes, construção de habitações e implantação de estradas.
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