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segunda-feira, novembro 18, 2024
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Brigadista que desapaceu enquanto combatia incêndio é encontrado morto carbonizado no Pantanal de MT

O corpo de um brigadista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que combatia incêndios no Pantanal foi encontrado carbonizado na região da Terra Indígena Capoto/Jarina, em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, nesta segunda-feira (26). A identidade da vítima não foi revelada.

O Instituto Raoni, que ajuda na organização dos brigadistas na região, informou que o trabalhador desapareceu por volta das 11h desse domingo (25), enquanto trabalhava no combate ao fogo que se iniciou no território indígena e, desde então, não foi mais visto.

Conforme um relatório do Instituto, a situação na terra indígena se agravou nos últimos 10 dias. É estimado pela entidade que a região tem cerca de 635 mil hectares, o que é maior do que a área do Distrito Federal (DF). O relatório ainda apontou que mesmo a região sendo maior, só há 42 brigadistas atuando no combate, sendo que metade deles são indígenas voluntários, enquanto no DF estima-se que há mais de 6 mil brigadistas atuando nos incêndios.

Foto do brigadista florestal da ICMBio Uellinton Lopes. — Foto: redes sociais/reprodução
Foto do brigadista florestal da ICMBio Uellinton Lopes. — Foto: redes sociais/reprodução

A instituição disse ainda que solicitou ao Ibama que mais brigadistas fossem enviados até o local, mas, até o momento, nada foi feito. A reportagem procurou o Instituto dos Recursos Naturais para entender a situação, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

VIDEO:

De acordo com o Instituto Raoni, este ano os focos de incêndio se espalharam mais cedo que o normal, já que o esperado era que o pico se intensificasse no mês de setembro, não logo em agosto.

Imagens divulgadas pela instituição mostram a região coberta pelo fogo e o céu cinza devido à fuligem e fumaça. (veja acima). Em um vídeo gravado pelo sobrinho do cacique Raoni, Are Yudjá e Matsi Txucarramãe, ele implorou por socorro.

“Se alguma autoridade puder me ouvir, por favor manda avião que apaga fogo. Só pode apagar esse fogo jogando água com avião”, pediu no vídeo gravado.

 

Outros mortos em áreas de combate

 

Esta é a segunda vez, neste ano, que um brigadista morre combatendo os incêndios de grandes proporções que tem atingido grande parte do território mato-grossense. Há três dias o funcionário de uma fazenda morreu enquanto ajudava no combate a um incêndio que atingiu uma área de canavial próxima da BR-163, na zona rural de Itiquira, a 359 km de Cuiabá.

Caminhão foi queimado durante incêndio em Itiquira — Foto: Polícia Militar
Caminhão foi queimado durante incêndio em Itiquira — Foto: Polícia Militar

De acordo com a Polícia Civil, um caminhão-pipa transportava dois funcionários, sendo o motorista, que conseguiu escapar das chamas, e o ajudante, que tentou fugir, mas acabou sendo atingido pelo incêndio. A vítima foi identificada como Paulo Henrique Pereira Souza.

A plantação afetada fica no distrito de Ouro Branco do Sul, em Itiquira , mas pertence a uma usina localizada no município de Sonora (MS).

Edson era trabalhador rural e morreu após 90% do corpo queimado. — Foto: Redes sociais/Reprodução
Edson era trabalhador rural e morreu após 90% do corpo queimado. — Foto: Redes sociais/Reprodução

Já no Pantanal, em Corumbá (MS), o trabalhador rural Edson Genovêz, de 32 anos, morreu após ter 90% do corpo queimado enquanto abria um aceiro – uma espécie de barreira natural – contra incêndios que consumiam a fazenda em que ele trabalhava. O caso foi registrado no último dia 13.

O peão foi atingido pelo fogo quando o vento mudou de direção, levando as chamas justamente para onde ele estava. A morte do trabalhador rural foi confirmada pela irmã da vítima em uma publicação nas redes sociais e pelo próprio hospital.

Incêndios florestais

Incêndio florestal atingiu uma região de mata na MT-251

O comandante-adjunto do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), major Felipe Saboia, explicou que a estiagem severa e a baixa umidade do ar são fatores favoráveis para o surgimento natural de incêndios florestais, então é preciso que a população respeite o período proibitivo.

⚠️Conforme determina a Lei 9.605, o uso irregular do fogo associado ao desmatamento ilegal gera multa de até R$ 7,5 mil por hectare. As multas são aplicadas pelo Corpo de Bombeiros Militar e chegaram a R$ 40,5 milhões no primeiro semestre deste ano.

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