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sábado, novembro 16, 2024
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Barroso: ‘Ódio, mentira e golpismo, nunca mais’

Presidente do STF afirma que Brasil precisa de um “choque de civilidade” e que “ninguém tem o monopólio do patriotismo”

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que nenhum extremismo pode levar ao avanço civilizatório nem à causa da humanidade. “A intolerância e o extremismo só levam à decadência e à infelicidade”, enfatizou, durante a cerimônia no Congresso Nacional que marcou o primeiro ano da tentativa de golpe. Com uma frase muito usada por grupos antifascistas — “não passaram e não passarão” —, o ministro clamou pela pacificação do país.

“Estamos reunidos aqui hoje (nesta segunda-feira) para renovar a nossa crença na democracia, na harmonia entre os Poderes e na vida vivida com boa-fé e boa vontade, componentes indispensáveis para um país melhor. Não passaram e não passarão. Aqui a história será diferente”, frisou. “Nós precisamos de um choque de civilidade no país. Ódio, mentira e golpismo, nunca mais. Que todos os brasileiros, liberais, progressistas e conservadores possam se unir em torno dos denominadores comuns que estão na Constituição. Ninguém tem o monopólio do patriotismo, ninguém tem o monopólio do amor ao Brasil.”

Barroso disse que os ataques do 8 de janeiro do ano passado foram um ato organizado. “A depredação da sede dos Três Poderes não foi um fato isolado, não foi um caso fortuito ou um mero acidente de percurso. Embora impressentido, foi um ataque meticulosamente preparado”, enfatizou.

Durante o discurso, Barroso foi bastante aplaudido e sustentou a posição de que os ataques de 2023 são fruto de articulações anteriores, não apenas uma manifestação que acabou em depredação.

“O dia da infâmia foi precedido de anos de ataques às instituições, ofensas a seus integrantes, ameaças de naturezas diversas e disseminação do ódio e de mentiras. Banalizou-se o mal, o desrespeito, a grosseria, a falta de compostura, passamos a ser malvistos globalmente, um Brasil que deixou de ser Brasil”, apontou.

O ministro destacou ainda que a democracia se manteve no final, e elogiou a forte reação dos presidentes dos Três Poderes, incluindo o Judiciário, que à época era presidido por Rosa Weber, agora ministra aposentada.

“Porém, a despeito de tudo, as instituições venceram e a democracia prevaleceu. A reação do presidente da República, do presidente do Senado, do presidente da Câmara, da presidente do Supremo, dos diferentes setores da sociedade civil e da imprensa demonstrou que nós superamos o ciclo do atraso, já não há mais espaço para quarteladas, quebras da legalidade constitucional ou descumprimento das regras do jogo”, disse.

Segundo ele, o Supremo segue punindo todos os envolvidos nos ataques, estritamente dentro da lei. “A tentativa de golpe de Estado, de abolição violenta do Estado de Direito e da depredação do Estado de Direito está sendo punida na forma da lei”, sustentou.

O magistrado contou que, em todos os eventos do 8 de janeiro, o que ele viu como mais espantoso foi a informação que recebeu de um policial do Supremo de que alguns invasores, após depredarem a Corte, rezavam.

“Um policial judicial do Supremo me descreveu que, após marretadas na parede e o arremesso de móveis e objetos, muitos dos invasores se ajoelhavam no chão e rezavam fervorosamente. De onde, Deus do céu, poderá ter saído essa combinação implausível de religiosidade com ódio, violência e desrespeito ao próximo? Que desencontro espiritual pode ser esse que não é capaz da mínima distinção entre o bem e o mal?”, questionou.

Dirigindo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Barroso encerrou o discurso pedindo o desenvolvimento do país. “Que o dia de hoje (esta segunda-feira) marque também o começo de uma nova era, presidente Lula, um recomeço, um tempo de desenvolvimento sustentável, paz, oportunidade de justiça para todos”, disse Barroso.

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