Senador Jayme Campos (União) defendeu o projeto sobre a reciprocidade econômica e ambiental em acordos internacionais ao criticar a postura do Carrefour, que chegou a anunciar o veto a carne de países do Mercosul. Apesar da empresa ter recuado da medida por meio de um pedido de desculpas, parlamentares se articulam para garantir que ações como esta não voltem ocorrer.
Na quarta-feira (28), a Câmara dos Deputados aprovou urgência ao projeto, garantindo que o texto tramite de forma mais rápida no parlamento. “O pedido de desculpas, porém, chegou tarde demais e pouco atenua os prejuízos causados à imagem da produção brasileira. É inaceitável, não apenas no campo legal, mas também no âmbito moral, colocar em dúvida a qualidade de nossa produção e a ética ambiental da agropecuária brasileira”, frisou Campos.
A decisão inicial do Carrefour de suspender a comercialização de carne bovina do Mercosul em suas lojas na França foi motivada por pressões de agricultores franceses, que manifestaram preocupação com a proposta de acordo comercial entre a União Europeia (UE) e os países da America do Sul. O setor agrícola europeu teme a concorrência com produtos sul-americanos.
A medida provocou reações de líderes e entidades brasileiras, que acusaram a rede de varejo de sucumbir ao protecionismo europeu, disfarçado de preocupações ambientais. Após a repercussão negativa e negociações, o Carrefour retrocedeu e reconheceu que a carne brasileira cumpre elevados padrões de sustentabilidade e segurança alimentar.
A postura do Carrefour foi amplamente criticada por representantes do agronegócio e autoridades do governo brasileiro.
“Não podemos permitir, sob nenhuma hipótese, que empresas internacionais, com o discurso protecionista, penalizem nossos produtos. É fundamental aprovarmos uma Lei de reciprocidade econômica entre os países nas relações comerciais”, acrescentou Jayme.
