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Após desmatamento com agroquímicos, Sema pede desenvolvimento de nova ferramenta de fiscalização

Após o caso do pecuarista Claudecy Oliveira, acusado de desmatar 81 mil hectares do Pantanal mato-grossense com compostos químicos e que repercutiu nacionalmente, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) solicitou o desenvolvimento de um algoritmo para possibilitar um melhor monitoramento da alteração da vegetação, mesmo com uso de agroquímicos.

O governador Mauro Mendes já havia comentado como Claudecy conseguiu burlar o sistema de fiscalização da Sema e praticar desmatamento no Pantanal.

“Ele foi inteligente, ele não fez isso com trator de esteira, porque os nossos sistemas pegam em 24 horas qualquer desmatamento acima de um hectare, e o que ele fez? Usou aqueles produtos químicos […], alguns tipos de venenos que você aplica por avião e gradativamente vai matando as árvores. E matando as árvores abre espaço para a pastagem”.

Em entrevista ao Jornal do Meio Dia nesta quarta-feira (8), a secretária de meio ambiente Mauren Lazzaretti também falou sobre isso, explicando que o uso do agente químico, o utilizado por Claudecy, não era comum e também não é registrado no Estado de Mato Grosso.

“Mas não existia possibilidade, algoritmos automáticos para identificar essa alteração, que é paulatinamente identificada e em algumas situações pode ser confundida com o uso de fogo […] É por isso que foi tão difícil, criar materialidade na conduta do infrator. Ele já tinha sido autuado em momentos anteriores, ele continuou”.

Ela destacou que a Sema trabalhou por quase um ano para juntar provas suficientes contra Claudecy, para que ele pudesse responder judicialmente pelos crimes, já que as medidas administrativas já haviam sido tomadas. Mauren ainda informou que já foi solicitado o desenvolvimento de um algoritmo para identificar práticas como a do pecuarista.

“Nós já solicitamos, tanto à UFMT quanto à empresa que trabalha para o programa Brasil Mais e presta serviço ao Estado de Mato Grosso na criação de algoritmos automáticos, a criação de um algoritmo automático [sobre isso]. Até o final do mês de maio nós teremos testado e a UFMT, especificamente na unidade de física ambiental, vai auxiliar num estudo específico da funcionalidade, da eficiência deste novo algoritmo. E com isso nós vamos conseguir, sim, monitorar de forma diferenciada, em tempo real, a alteração da vegetação mesmo com agroquímicos”, disse.

Na quinta-feira (9), o Estado lançou um plano de investimentos de mais de R$ 74 milhões para o combate ao desmatamento e aos incêndios florestais.

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