A caloura vive atualmente em Brasília (DF), mas disse que está ansiosa para se mudar para Mato Grosso. Quando perguntada a respeito de comentários negativos que recebeu nas redes sociais, ela disse que não se sente atingida por eles e que está confiante.
A feirante Júlia Rodrigues de Paulo Barbosa, de 60 anos, foi aprovada em segundo lugar para o curso de direito na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá. Júlia, que atualmente vive em Brasília (DF), disse que já veio para Mato Grosso a passeio em 2020 e que não vê a hora de retornar para o estado, mas desta vez para morar.
Em entrevista a imprensa, a nova caloura de direito contou que passou dois anos se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo ela, toda a preparação foi uma ‘correria’ que valeu a pena no final.
“Minha preparação foi aquela correria, né? indo e voltando para o trabalho no ônibus. Em casa eu tirava um tempinho entre uma tarefa doméstica ou outra para estudar. O tema da redação foi minha história de vida. Da mulher que trabalha dentro e fora de casa, da mãe solo que é um pouco de tudo”, relatou.
Nas redes sociais, a filha de Júlia, Stephanie de Paulo, de 24 anos, fez uma publicação comemorando a aprovação da mãe. O post recebeu inúmeros comentários, dentre eles, pessoas desejando os parabéns e também respostas negativas questionando sobre a ingressão da feirante na universidade.
“Eu meu irmão passamos a madrugada inteira respondendo pessoas que fizeram comentários maldosos sobre a nossa mãe. Felizmente foram poucas em comparação aos vários comentários positivos. Algumas pessoas acharam que ela roubou a vaga de alguém ou que ela não dará conta de exercer a profissão. São jovens que acham que não iram envelhecer, que ter 60 anos é estar com o pé na cova. É totalmente o contrário disso, minha mãe está pronta para viver”, expressou Stephanie.
Quando perguntada a respeito de comentários negativos sobre a aprovação, a feirante disse que não se sente atingida por eles e que está confiante.
Stephanie pede para que os jovens que tenham pais, avós ou tios que sonham em cursar o ensino superior e, que não tiveram oportunidade anteriormente, que continuem incentivando e apoiando os sonhos deles, independente da idade.