De acordo com a Polícia Civil, após os avisos sonoros, o jovem teria fugido em alta velocidade. A família informou que após a viatura atingir a traseira da motocicleta, o adolescente perdeu o controle da direção, bateu a cabeça e morreu no local. A Corregedoria-Geral da corporação apura o caso.
Um adolescente, de 16 anos, morreu após cair de uma moto durante a abordagem de um investigador da Polícia Civil, em Novo São Joaquim, a 493 km de Cuiabá. De acordo com a família da vítima, o policial teria batido a viatura na traseira do veículo em que Adailton Kauan Ribeiro dos Santos pilotava. No boletim de ocorrência, a polícia diz que, após avisos sonoros, o jovem teria fugido em alta velocidade e tampado a placa da moto com a mão. A viatura esbarrou na motocicleta e ele caiu. O caso aconteceu no domingo (10), mas só foi divulgado nessa terça-feira (12).
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil informou por meio de nota que apura a morte do adolescente e que um delegado foi para o município apurar o caso. (leia a íntegra abaixo)
De acordo com o boletim de ocorrência, o investigador estava de plantão e saiu para realizar diligência com a viatura. Chegando na Avenida Oscar Zaidem de Menezes, em frente a praça do município, o policial visualizou o adolescente numa motocicleta, com o capacete não posicionado na cabeça, fazendo manobras.
Consta ainda no boletim, que após avisos sonoros o jovem teria fugido em alta velocidade e tampado a placa da moto com a mão. A viatura esbarrou na motocicleta e ele caiu, conforme o registro.
A mãe do adolescente, Emanuela Batista Ribeiro, de 40 anos, disse ao g1 que não estava no local do ocorrido, mas que amigos e familiares relataram que Adailton estava jogando futebol. Ao sair com a motocicleta, o adolescente utilizava o capacete na testa, quando foi advertido pelo investigador.
“O policial teria ligado a sirene para alertar, não sei se meu filho correu, se ficou nervoso e o policial bateu o carro na moto em que ele estava e ficou muito machucado. Policial civil faz isso? É assim que um policial aborda?”, disse a mãe.
Adailton era filho único e morreu antes de chegar na unidade de saúde, segundo a família. A motocicleta que o adolescente pilotava é da mãe dele. De acordo com a Polícia Civil, o caso já é investigado pela Corregedoria da corporação.
O delegado Adriano Alencar, responsável pela investigação do caso, publicou um vídeo nas redes sociais informando que há imagens de câmeras de segurança que filmaram ação e que será anexado no processo.
“Estou no município para apurar os fatos. Posso afirmar para a população que vamos apurar os fatos de forma imparcial e profissional, no sentido de produzir os elementos necessários para que, diante do processo, o policial seja responsabilizado. Para resguardar o nosso trabalho, já entramos em contato com o promotor da Comarca, vamos procurar o magistrado e o prefeito. Graças as câmeras de segurança que foram instaladas, todas as imagens dos fatos estão preservadas”, disse.
Menores conduzirem veículos
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), dirigir sem ser habilitado é infração gravíssima, passível de multa de R$ 880,41 e retenção do veículo. Na lei, o ato de permitir ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada configura crime de trânsito. A pena varia de seis meses a um ano de detenção ou multa.
O Código de Trânsito também diz que menor a partir dos 16 anos tem permissão apenas para pilotar motos de até 50 cilindradas.
Nota da Polícia Civil na íntegra
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Regional de Barra do Garças e da Corregedoria-Geral, está adotando todas as providências preliminares para apuração da morte de um adolescente em um acidente de trânsito, ocorrido no domingo (10), durante uma perseguição policial, no município de Novo São Joaquim.
Um delegado designado para apuração dos fatos foi para a cidade onde realizará a oitiva de testemunhas e outras diligências para esclarecimento das circunstâncias do acidente.
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil está acompanhando os trabalhos e todas as informações apuradas serão encaminhadas ao órgão corregedor para análise e providências.