Ao fazer o balanço das atividades neste ano, a CNA atribuiu melhora no setor às políticas públicas, que estimularam o consumo. Para o 2025, a previsão é de aumento de 5%, graças ao aumento na produção de grãos
Mesmo com acontecimentos desfavoráveis que marcaram o ano, como os desastres ambientais no país e as guerras no cenário externo, o agronegócio brasileiro deve crescer 2% em 2024. O dado é considerado uma boa surpresa pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que esperava queda de 3%.
Para 2025, a entidade espera avanço de 5% no produto interno bruto (PIB) do setor, puxado, principalmente, pelo incremento de 8,2% na produção de soja.
O agro conseguiu inverter as expectativas graças ao melhor desempenho do PIB total do país aliado à melhora na taxa de desemprego que, segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, caiu para 6%. Esses dois fatores proporcionaram elevação no poder de compra do brasileiro.
“Esse PIB cresceu em função dos programas sociais, com o governo injetando dinheiro através dos programas sociais. O desemprego também caiu, o que reverberou no aumento de consumo de alguns produtos agropecuários de maior valor agregado”, explicou Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, em entrevista para apresentar o balanço do setor e expectativas para 2024.
As exportações brasileiras também observaram uma boa performance e devem alcançar, ao fim deste ano, US$ 116 bilhões em vendas, de acordo com a diretora de Relações Internacionais da entidade, Sueme Mori.
O presidente da CNA, João Martins, por sua vez, atribuiu o crescimento à “resiliência” e persistência dos produtores. “Tivemos um ano muito difícil, com uma seca nunca vista, de cinco meses. Além disso, houve a catástrofe no Rio Grande do Sul, que destruiu grande parte da área plantada”, pontuou Martins.
Para fazer as projeções para 2025, a CNA tem como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com estimativa para a safra de grãos 2024/2025, com recorde de 322,53 milhões de toneladas, alta de 8,2% ou 24,6 milhões de toneladas em relação à safra 2023/24. A projeção reflete uma pequena elevação na área plantada (+1,9%) e recuperação da produtividade média.