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quinta-feira, novembro 14, 2024
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Nascentes do Pantanal se recuperam após pior seca em MT

Em Cáceres, o Rio Paraguai está na cota de 1,01 m. É esperado um acumulado de 79 mm de chuvas para os próximos 15 dias

O período de vazante, ou seja, de baixa no nível do rio, pode estar próximo do fim na Bacia do Rio Paraguai, na região do Pantanal.

De acordo com o boletim de monitoramento hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB), divulgado na última quarta-feira (30), houve elevação no nível da maioria das estações.

Em Ladário (MS), o rio subiu 18 cm, em uma semana, e chegou à marca de -41 cm.

Apesar da recuperação, ainda está abaixo do esperado para esta época do ano, que seria de 1,58 m.

“Na última semana, choveu 31 mm na bacia e já é possível observar uma resposta em quase todos os afluentes; por exemplo, no Alto Paraguai, em Cáceres (MT), que oferece uma das maiores contribuições em termos de vazão de rios. Temos previsões de chuva para as próximas semanas; portanto, as subidas devem se consolidar”, explicou o pesquisador do SGB, Marcus Suassuna.

Em Cáceres, o Rio Paraguai está na cota de 1,01 m.

De acordo com as projeções do modelo GEFS, apresentadas no boletim, é esperado um acumulado de 79 mm de chuvas para os próximos 15 dias.

Diante desse cenário, as análises do SGB indicam que o rio deve superar a cota de 10 cm em Ladário, a partir da primeira quinzena de dezembro.

Esse foi o patamar definido com base em estatísticas da série histórica para caracterizar o cenário de seca hidrológica.

MÍNIMAS HISTÓRICAS – A Bacia do Rio Paraguai registrou mínimas históricas em diversas estações, neste ano, confirmando as projeções do SGB de que 2024 seria um dos anos mais secos da história.

Ladário (MS), que é a estação de referência, chegou à cota de -69 cm – a menor registrada nos últimos 124 anos.

Em Barra do Bugres (160 km ao Norte de Cuiabá, o rio chegou a 22 cm.

Essa marca está 6 cm abaixo da segunda mínima histórica, registrada em 1968.

Em Porto Murtinho (MS), a cota chegou a 53 cm, superando a mínima anterior, de 73 cm, em 1971.

Em Cáceres (225 km a Oeste da Capital), o rio registrou a segunda mínima histórica: 27 cm.

Dessa forma, ficou atrás apenas da cota de 24 cm, em 2021.

Miranda (MS) também teve a segunda seca mais grave, com cota de 88 cm.

A primeira foi de 76 cm, em 2007.

Na estação do Forte Coimbra, no município de Corumbá (MS), a cota chegou a -1,98 cm – apenas 1 cm acima do recorde registrado em 1967.

APOIO AOS MUNICÍPIOS – Além de monitorar, o SGB também apoia os municípios com o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (Siagas), em períodos de crises hídricas.

O Siagas é um banco de dados que reúne informações sobre poços perfurados no Brasil, com mais de 371 mil cadastrados, sendo 14 mil na região Centro-Oeste.

Disponível para consulta pública, o sistema apresenta informações sobre fontes de águas subterrâneas.

Desse modo, permite identificar poços dos quais seja possível extrair água para usos doméstico, industrial, para irrigação ou outras finalidades.

Esse projeto é fundamental para a gestão de políticas públicas, tanto em nível nacional como estadual e sub-regional.

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas.

As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas na plataforma SACE.

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