Levantamento foi realizado com 840 empresas e mostrou que a diferença de salário pode variar de acordo com o grupo ocupacional.
Em Mato Grosso, as mulheres ganham 27,7% a menos do que os homens, com uma diferença salarial de cerca de R$ 1.054,14. O salário médio dos homens no estado é de R$ 3.804,90, enquanto o das mulheres é de R$ 2.750,76.
Os dados foram divulgados por meio do 2º Relatório de Transparência Salarial, elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres, a partir dos resultados pelas empresas com 100 ou mais funcionários do estado, na última quarta-feira (25).
⚖️Lei da Igualdade Salarial
A lei sancionada em 2023 obriga empresas de direito privado com 100 ou mais empregados de apresentar, duas vezes ao ano, o Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, sob pena de multa.
Segundo o governo, o Brasil proíbe as práticas de desigualdade salarial e laboral, quando homens e mulheres exercem as mesmas funções no ambiente de trabalho.
Mato Grosso
No estado, o levantamento realizado com 840 empresas mostrou que a diferença de remuneração entre mulheres e homens varia de acordo com o grupo ocupacional. Ppor exemplo, em cargos de dirigentes e gerentes, a diferença é de 38,6%.
O cenário é ainda mais desigual se comparado a raça dos funcionários, pois, mesmo com mais mulheres negras no mercado de trabalho (54 mil) do que não negras (29 mil), a maioria recebe 22% a menos do que as mulheres não negras. Entre os homens negros e não negros, a diferença é de 17%.
Ainda segundo a pesquisa, algumas empresas apresentam alternativas para tentar reverter esta situação:
- 27% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres
- 34 % adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência
- 17,2% adotam incentivos para contratação de mulheres negras
- 12,3% possuem política de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+
Brasil
💸No cenário nacional, os homens recebem salários 20,7% maiores do que as mulheres, já a diferença de remuneração entre mulheres e homens em cargos de dirigentes e gerentes, a diferença chega a ser de 38,6%.
O levantamento também mostrou que as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho, recebem menos do que as mulheres brancas. A remuneração média da mulher negra é de R$ 2.745, enquanto a da não negra é de R$ 4.249, representando uma diferença de quase 55%. No cenário masculino, os negros recebem em média R$ 3.493 e os não negros, R$ 5.464, ou seja, 56% menor.
A igualdade salarial está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde 1943, no entanto, este direito não é totalmente cumprido, segundo o governo.
“As mulheres negras estão concentradas na base da pirâmide, principalmente serviços domésticos, serviços de limpeza, serviços de alimentação, saúde básica e serviços públicos”, ressaltou a subsecretária de Estatísticas e Estudos do MTE, Paula Montagner.
Em outros estados, a situação se repete, por exemplo, o estado do Ceará tem a menor desigualdade salarial entre homens e mulheres: elas recebem 9,65% a menos do que eles, com salário médio de R$ 2.799. Já o estado com a maior desigualdade salarial no Brasil é o Espírito Santo, onde as mulheres recebem 29,25% menos do que os homens.