A Câmara Setorial Temática (CST) da Apicultura Profissional e Recreativa realizou, nesta quinta-feira (29), a quarta reunião ordinária da Câmara Setorial. A CST foi criada para fazer o diagnóstico da cadeia produtiva e discutir políticas públicas de incentivo à apicultura no estado.
Durante a reunião de hoje, a equipe técnica recebeu propostas de produtores de mel que serão encaminhadas, via ofício, à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Ibama, Federação dos Apicultores de Mato Grosso, propondo melhorias na produção e comércio de mel no Estado.
“O encontro de hoje foi mais uma exposição das demandas de algumas regiões do Estado, e quais são os problemas que os produtores de mel estão enfrentando e questões relativas à comercialização dos produtos. Observamos que está havendo dificuldade dos produtores com relação à inspeção desses produtos para poder comercializar o mel e os seus derivados”, revelou o assessor jurídico e membro da CST, André Rufino.
Os participantes da CST destacaram também sobre a falsificação do mel no comércio, por parte de alguns vendedores. “Precisa ter um certificado. Sem certificação não pode vender. Já existe um sistema que foi criado junto ao Estado para simplificar essa inspeção, esse registro do produtor para eles poderem comercializar em suas regiões e assim poder ganhar sua renda é fundamental”, destacou Rufino.
Para debater melhor o assunto, a equipe técnica da Câmara Setorial vai propor reunião itinerante no município de Poconé para o dia 10 de outubro com o objetivo de atender os produtores locais.
“É difícil o deslocamento até a capital, então a gente vai até eles. Vamos discutir políticas públicas para a produção do mel. Essa foi a quarta reunião, sendo que as três anteriores, foi mais uma exposição e palestras sobre a área”, completou André Rufino.
Produção – Mato Grosso – de acordo com dados da UFMT, ocupa atualmente o 14º lugar na produção de mel no país. A produção anual chega a 466 toneladas. Onúmero mostra que o estado explora apenas 0,3% do potencial apícola que possui.
A pesquisa indica ainda que, em Mato Grosso, uma colmeia produz em média 30 quilos de mel por ano. Na região do Pantanal, a produção quase duplica, atingindo uma média de 50 quilos de mel/ano.
Todo mel produzido no estado é consumido no mercado interno. Para suprir a alta demanda, Mato Grosso importa de outros estados, principalmente das regiões Sul e Sudeste.
Vale lembrar que a produção de mel no Brasil teve alta de 9,5% no ano passado, chegando ao recorde de 61 mil toneladas. O estado que mais produz é o Rio Grande do Sul, com 9 mil toneladas (14,8%), seguido de Paraná (14,2%) e Piauí (13,7%).
A iniciativa da CST é do deputado Wilson Santos (PSD), que defende o incentivo para aproveitar potencial ambiental do estado para impulsionar o setor apícola e estimular o desenvolvimento econômico, por meio de políticas públicas que garantam o desenvolvimento tecnológico, assistência técnica, certificação de origem e instituição de selo de qualidade.
