Além do risco à vida, queimadas causam destruição do bioma e impactam no meio de subsistência dos povos
A ocorrência de incêndios florestais em terras indígenas, localizadas em Mato Grosso, levou o Ministério Público Federal (MPF) a expedir ofícios urgentes cobrando de diversos órgãos públicos medidas de enfrentamento às queimadas nessas áreas.
As instituições também devem enviar informações atualizadas ao MPF sobre os focos em até cinco dias.
A medida foi tomada após denúncia feita pela Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), dando conta que as queimadas estão atingindo as casas dentro das aldeias, além de nascentes de rios, lagos, animais e roçados.
A situação tem prejudicado a rede de abastecimento de água dos indígenas e seus meios de subsistência, como cultivos, caça e alimentos típicos da vegetação local.
Ao MPF-MT, a federação informou que mais de 20 terras indígenas estão sendo atingidas.
São elas: Perigara, São Marcos, Sangradouro/Volta Grande, Areões, Parabubure, Ubawawe, Marechal Rondon, Pimental Barbosa, Tapirapé/Karajá, Kayabi, Kawahiva do Rio Pardo, Piripkura; Arara do Rio Branco, Aripuanã, Nambikwara, Vale do Guaporé, Utiariti, Merure, Bahia dos Guató, Portal do Encantado, Sararé e Umutina.
Por meio da assessoria de imprensa, o procurador da República Ricardo Pael Ardenghi, responsável pela atuação, informou que oficiou o Ministério dos Povos Indígenas, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Comitê Temporário Integrado Multiagências de Coordenação Operacional de Mato Grosso (Ciman/MT).