Rodrigo e Romero Xavier foram presos suspeitos de serem executor e mandante, respectivamente. Vítima foi morta com mais de 30 facadas.
A investigação sobre o assassinato de Raquel Cattani, filha do deputado estadual Gilberto Cattani, terminou com o indiciamento dos irmãos Romero – ex-marido da vítima – e Rodrigo Xavier como mandante e executor do crime, respectivamente. O inquérito, concluído por meio da Seção Especializada de Defesa da Mulher de Nova Mutum nessa segunda-feira (5), foi encaminhado ao Ministério Público e à Justiça.
Romero e Rodrigo Xavier foram presos no dia 24 de julho suspeitos de serem mandante e executor, respectivamente. Em depoimento à Polícia Civil, Rodrigo confessou o crime e disse que recebeu R$ 4 mil do irmão para cometer o assassinato.
A reportagem tenta contato com a defesa dos suspeitos.
Polícia: o crime e a simulação de assalto
De acordo com a polícia, Romero levou o irmão no próprio carro e o deixou escondido nas proximidades do sítio onde Raquel morava. Ao longo do dia, ele teria almoçado com o ex-sogro e, depois, levou os filhos do ex-casal para Tapurah, a fim de criar o álibi e afastá-los do crime planejado.
A investigação apontou ainda que, durante a tarde do dia 18 de julho, Romero chamou algumas pessoas com quem nem tinha muita convivência para beber e assar carne. No período da noite, foi a três boates em Tapurah. Segundo a polícia, esse comportamento evidencia a tentativa de formar o álibi de que estaria da cidade e, assim, não ser considerado o principal suspeito.
A polícia informou que Romero sabia da rotina de Raquel e, de forma planejada, havia retirado os filhos da residência anteriormente. Ainda de acordo com a investigação, enquanto o ex-marido da vítima simulava o álibi, Rodrigo ficou à espreita da vítima até ela chegar ao sítio.
Ao chegar no sítio por volta de 20 horas da quinta-feira, a vítima foi atacada a facadas e morreu ainda no local. Em seguida, segundo a polícia, Rodrigou subtraiu alguns objetos da casa, quebrou a televisão na parte de fora e levou a moto da vítima com o destino a Lucas do Rio Verde.
O executor do crime jogou a motocicleta, o celular e a faca do crime em um rio da região. A Polícia Civil solicitará ao Corpo de Bombeiros que realize buscas no local.
Ainda nesta quarta-feira, uma equipe policial coordenada pelo delegado Edmundo Félix seguiu até o assentamento Pontal do Marape para conduzir o autor intelectual do homicídio e trazê-lo até a delegacia de Nova Mutum.
Comoção em velório
Romero é pai de ambos os filhos de Raquel – um menino de 6 anos e uma menina de 3 anos. Durante o velório da empresária, ele se mostrou muito abalado e permaneceu ao lado do caixão junto com o deputado.
Durante as últimas homenagens a Raquel, Romero ainda recebeu apoio emocional de amigos e familiares da vítima que estavam presentes devido ao estado que se encontrava.
Gilberto Cattani chegou a comentar nas redes sociais sobre boatos envolvendo o genro após a imprensa local divulgá-lo como suspeito do assassinato. Na ocasião, ele afirmou que Romero não estaria envolvido na morte da filha.
Entenda o caso
Raquel Cattani foi morta com mais de 30 facadas, veja o que diz perícia
Raquel Cattani, de 26 anos, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), foi encontrada morta, na sexta-feira (19), na região do Pontal do Marape, em Nova Mutum, a 269 km de Cuiabá. Ela era empreendedora e atuava na produção de queijos artesanais em Nova Mutum.
O deputado estadual Gilberto Cattani e a esposa vivem em uma fazenda a cerca de 2 km de distância da propriedade onde a filha morava.
O local é isolado da cidade. A área urbana de Nova Mutum fica a cerca de 160 km da propriedade rural. O município mais próximo é Tapurah, a cerca de 40 km.
De acordo com a Polícia Militar, a vítima foi achada sozinha dentro de um dos quartos da casa onde vivia. Inicialmente, a perícia apontou que ela morreu na noite de quinta-feira (18).