Vídeo foi apresentado pelo ex-governador Silval Barbosa durante uma deleção premiada, onde o atual prefeito foi acusado de receber propina do governo
Um vídeo que mostra o Prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), na época deputado estadual, supostamente recebendo propina, foi anulado nesta terça-feira (2), pelo Tribunal Regional Federal (TRF), como prova em um processo de corrupção passiva.
A reportagem procurou a defesa do prefeito, que informou que ainda não irá se manifestar a respeito.
Em 2017, o vídeo foi anexado junto à delação do ex-governador Silval Barbosa, que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em que ele apontava o pagamento de propina para políticos do estado.
Nas imagens, Emanuel aparece guardando maços de dinheiro no paletó. De acordo com o depoimento de Silval, ele também recebia dinheiro para favorecer assuntos do governo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
Relembre o caso
Em setembro de 2015, o ex-governador Silval Barbosa foi preso, apontado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) como chefe de uma organização criminosa que cobrava propina de empresas privadas em troca de incentivos fiscais durante a gestão dele.
Após mais de uma ano de prisão, Silval assinou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Nos depoimentos, o ex-governador revelou fraudes envolvendo políticos de Mato Grosso e também da esfera nacional.
De acordo com o Ministério Público Estadual, as fraudes ocorreram entre os anos de 2011 e 2014, quando Silval era governador.
Entre os denunciados estava o atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro. Ele foi investigado por receber, juntamente com outros deputados estaduais, propina para favorecer o Governo do Estado.
Delação
Em outros trechos da delação, Silval Barbosa citou:
- A suposta participação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em um esquema de corrupção no estado;
- Pagamento de propina nas obras da Arena Pantanal;
- Acordo entre políticos de diferentes grupos para eleger o também ex-governador, Pedro Taques (PSDB);
- Cobrança de propina para que ele não fosse citado na CPI das obras da Copa.