Geordan Fontenelle estava em estágio probatório, que terminaria em novembro. A Polícia Civil informou que as investigações continuam.
O delegado da Polícia Civil, Geordan Fontenelle Rodrigues, preso no dia 17 de abril por suspeita de envolvimento em uma esquema de corrupção, em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, pediu demissão do cargo, nessa segunda-feira (3). O investigado estava em estágio probatório – período de experiência – que terminaria em novembro.
A reportagem entrou em contato com a defesa do investigado, que não vai se manifestar.
Segundo a polícia, o documento passará pela análise da assessoria jurídica e da diretoria para as providências cabíveis, e que as investigações sobre a conduta do delegado continuam.
No dia 23 de abril, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um pedido de habeas corpus feito pela defesa do delegado. Mas, em 16 de maio, ele foi solto, sob imposição de algumas medidas cautelares, como a proibição de sair do Brasil e emitir passaportes, uso de tornozeleira eletrônica e afastamento das funções.
Entenda o caso
Geordan é investigado na Operação Diaphthora, que apura o envolvimento de policiais civis, advogados e garimpeiros em um esquema de corrupção passiva, associação criminosa, advocacia administrativa e assessoramento de segurança privada.
No dia 17 de abril, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, sete de busca e apreensão e três medidas cautelares, em Peixoto de Azevedo.
Entre os crimes praticados pela associação criminosa, estão o pagamento de vantagens indevidas para liberação de bens apreendidos, exigência de pagamento de “diárias” para hospedagem de presos no alojamento da delegacia e pagamentos mensais sob a condição de decidir sobre procedimentos criminais em trâmite na unidade policial.
As investigações revelaram conversas em que o delegado e o investigador de polícia, Marcos Paulo Angeli, também preso na operação, negociam pagamentos de propina com garimpeiros dentro da própria delegacia.
A defesa de Geordan nega as acusações e informou que irão esclarecer e provar a inocência dele. Além disso, classificou a prisão do delegado como uma medida extrema. A defesa de Marcos não quis se manifestar.