O casal era proprietário de um apartamento de alto padrão na capital, que o alvo principal da operação passou a morar depois de sair da prisão para regime semiaberto. O servidor foi exonerado do cargo.
Um servidor público e uma mulher foram presos suspeitos de envolvimento na de lavagem de mais de R$ 65 milhões, nesta terça-feira (14), durante a segunda fase da Operação Apito final, em Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, também foi cumprido um mandado de busca.
De acordo com a investigação, o casal morava no Bairro Jardim Florianópolis e eram proprietários de um apartamento de alto padrão na capital, que o alvo principal da operação passou a morar em dezembro de 2023, depois de sair da prisão para regime semiaberto.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Rafael Scatolon, o servidor público não teria condições financeiras de adquirir um imóvel como o que constava em seu nome, já que é contratado da empresa pública de limpeza urbana da capital com salário bruto de R$ 3,6 mil.
“Todas as informações levantadas reforçam mais uma manobra do principal alvo da operação Apito Final em ocultar seu patrimônio criminoso”, disse.
Em nota, a Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (LIMPURB), disse que o servidor foi aprovado em um processo seletivo e tomou posse do cargo há quatro anos e que será exonerado do cargo.
Ainda de acordo com a polícia, dias antes do cumprimento dos mandados, o servidor público foi ao apartamento e retirou do local objetos que pudessem comprometer o alvo principal. O investigado também tinha um comparsa que alterava a localização da tornozeleira eletrônica do alvo, como se ele estivesse em Cuiabá, quando viajava.
Durante o cumprimento dos mandados, um carro que tinha mandado de sequestro na primeira fase da operação foi apreendido.
Entenda o caso
Em uma investigação que durou quase dois anos, a Polícia Civil apurou informações e análises financeiras que possibilitaram comprovar um esquema para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Em abril, vinte pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na lavagem de dinheiro de mais de R$ 65 milhões, durante a Operação Apito Final, em Chapada dos Guimarães, São José dos Quatro Marcos e Maceió (AL).
A Polícia Civil também cumpriu 29 mandados de busca e apreensão, indisponibilidade de 33 imóveis, sequestro de 45 veículos e bloqueio e 25 contas bancárias.
A investigação teve início quando a polícia descobriu que o responsável pelo tráfico de drogas na região do Jardim Florianópolis, após sair da prisão, assumiu o cargo de tesoureiro de uma facção criminosa e adquiriu uma grande quantidade de propriedades e veículos. Ele utilizava dinheiro que passava por contas bancárias e, em seguida, era convertido em ativos legais para ocultar a origem ilegal desses recursos.
Segundo a polícia, foram identificadas compras de diversos terrenos, casas e apartamentos, muitos localizados em condomínios de classe média na capital. Todos esses bens foram adquiridos em nome de “testas de ferro”, mas estavam diretamente ligados ao principal alvo da investigação.
Prisões em Maceió
Quatro alvos da foram presos na em Maceió, na sexta-feira (29), entre eles, o chefe do grupo criminoso, enquanto participavam de um jogo de futebol.
Um quinto alvo da operação, advogado e integrante da organização criminosa, que foi a Alagoas para dar assistência jurídica a seu cliente, também foi preso nesta terça-feira (02.04), em Maceió.