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sábado, novembro 16, 2024
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Em reunião com CRM, SES ressalta preocupação com superlotação de pronto atendimento do Hospital Estadual Santa Casa

Pronto atendimento infantil da unidade passou de mil para 3 mil atendimentos em um mês; mais de 80% da demanda atendida poderia ser absorvida por Unidades Básicas de Saúde

O pronto atendimento pediátrico do Hospital Estadual Santa Casa, em Cuiabá, já opera com 130% da sua capacidade instalada. A situação foi apresentada ao Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), que realizou uma reunião na tarde desta quarta-feira (24.04) para debater a assistência em pediatria na região da Baixada Cuiabana.

De acordo com a diretora do Hospital Estadual, Patrícia Neves, o pronto atendimento da unidade passou de mil para 3 mil atendimentos em um mês. A gestora explica que é necessário reorganizar o fluxo de atendimento pediátrico em Cuiabá, para que a unidade não fique sobrecarregada.

“Nossos atendimentos ocorrem 24 horas, de porta aberta, e está sempre lotado. Nós temos que reforçar o fluxo que é estabelecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que o Hospital Estadual Santa Casa, uma unidade referenciada para média e alta complexidade, não pode assumir também as atividades da atenção primária. Se cada um se comprometer em fazer o seu, está tudo certo”, avaliou.

Angustiada, ela argumentou que o Hospital Estadual, que atua especificamente na média e alta complexidade, está atendendo, em maioria, demandas que deveriam ser absorvidas por unidades municipais.

“Chegamos na triagem e verificamos que a maioria das fixas são azuis, o que significa dizer que são demandas que poderiam ter sido resolvidas na atenção primária ou secundária do município. Estamos correndo o sério risco de comprometer o atendimento de um paciente grave por causa dessa disfunção do sistema”, avaliou.

Durante a mesma reunião, o médico pediatra do Hospital Estadual Santa Casa, dr. Vanimar Júnior, reforçou o pedido da diretora e expôs e realidade vivida pelos profissionais da unidade.

“Nós já estamos colapsados. Entre 80% e 90% das fichas que nós atendemos são classificadas como azuis, são fichas da unidade básica. As mães que vão lá [na unidade básica] não acham atendimento. Precisamos ter um fluxo alinhado”, declarou o profissional ao ser referir aos fluxos de atendimento estabelecidos pelo SUS.

Fluxos de atendimento à população

O secretário adjunto de Gestão Hospitalar da SES, Oberdan Lira, esteve presente na reunião e reforçou que os fluxos de atendimento da rede pública de saúde são pré-definidos pelo SUS.

“Nós estamos passando por um período epidêmico, repleto de síndromes respiratórias e arboviroses, e isso impacta a procura pelas unidades de saúde. Neste momento, temos que pensar em unir esforços e organizar os fluxos de atendimento à população, fazer uma triagem efetiva dos pacientes, para que eles sejam devidamente atendidos nas unidades preparadas para aquele tipo de atendimento”, ressaltou.

O gestor ponderou que pacientes com sintomas gripais leves, como tosse e coriza, devem ser atendidos no Posto de Saúde ou na Unidade Básica. O mesmo fluxo ocorre se a mãe, o pai ou responsável pela criança precisar, por exemplo, de um atestado médico para o paciente.

Crianças com febre alta, acima de 38 graus, ou sintomas mais graves, como dores agudas, devem ser levadas às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou Policlínicas.

Já o pronto atendimento de hospitais de alta complexidade, como é o caso do Hospital Estadual Santa Casa, estão preparados para atender crianças com quadros de saúde complexos, como é o caso de pacientes oncológicos que estão com sintomas gripais ou pacientes com dores agudas que sugerem infecção.

“A população precisa estar atenta a essas orientações. Estamos superlotando uma unidade terciária e podemos prejudicar o atendimento de casos agravados em detrimento de casos menos graves”, concluiu.

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