Cerca de 2 mil animais foram transferidos para outros abrigos com o fechamento do espaço e, atualmente, há 300 bichos morando no local.
O antigo Zoológico da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) não recebe visitações desde 2019 e foi tomado pela vegetação. Cerca de R$ 3 milhões de verba parlamentar devem ser disponibilizados para transformar o local em um Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Selvagens (CETRAS), aberto para visitações guiadas. (entenda mais abaixo)
A previsão é que a verba para reforma do espaço chegue ainda neste ano, mas ainda não há data definida para a reabertura. Segundo o diretor da Faculdade de Medicina Veterinária da universidade (Favet), Roberto Lopes, o valor será destinado para reestruturação de recintos e compra de câmaras frias para armazenamento de alimentos para os animais.
“Conseguiremos depois da retirada dos animais, reformar recintos para receber outros animais enviados do Ibama resgatados do tráfico, acidentes automobilísticos ou de queimadas”, explicou.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) exigiu, em 2015, que o espaço atendesse às normas de manejo da fauna e, como a determinação não foi cumprida, o antigo zoo foi fechado. À época, cerca de 2 mil animais foram transferidos para outros abrigos e, atualmente, há 300 bichos morando no local.
“O nosso zoológico antigo da UFMT não obedecia nenhuma dessas regras e ele nunca poderia ter sido chamado de zoológico. Era na verdade um asilo de animais”, explicou Roberto.
Cerca de 300 animais ainda vivem no espaço do antigo zoológico da UFMT
Roberto contou que o desmoronamento de calçadas, o envelhecimento dos animais e a inadequação dos recintos contribuíram para que o zoológico fosse interditado pelo Ibama. Ele ressaltou ainda que “a sociedade também evoluiu e as pessoas não querem mais ir ao zoológico para ver animais em jaulas”.
Em 2019, pouco antes da interdição, a Vigilância de Zoonoses de Cuiabá encontrou macacos mortos, com febre amarela.
🤔Para onde foram os animais depois do fechamento?
A população de animais chegou a ser de cerca de dois mil bichos, mas apenas 15% deles continuaram no espaço. O restante dos animais foi enviado para outros zoológicos e santuários do país, assim como os jabutis transferidos para o Parque da Tijuca no Rio de Janeiro, no início de 2020.
“Houve o envio desses animais para lugares melhores, zoológicos regulamentados pelo o Ibama no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e outros estados, para participarem de programas de reprodução”, informou Roberto.
💸Verba para hospital veterinário
Além dos R$ 3 milhões para converter o zoológico em um CETRAS, também estão previstos outros R$ 2 milhões de verba parlamentar para investimentos na ampliação e isenção dos atendimentos no Hospital Veterinário (Hovet) da instituição. Os valores foram disponibilizados após uma emenda do deputado federal Abilio Brunini (PL) feita na Câmara Federal, em conjunto com a bancada de Mato Grosso.
O diretor do Hospital Veterinário, Kledir Anderson Hofstaetter, informou que o valor para reforma deve chegar em abril e parte deste recurso será usado para oferecer atendimento e procedimento gratuitos a animais de tutores de baixa renda e a outra parte será destinada para castração de cães e gatos.
“Até o momento não tivemos uma reunião para definir prazo de chegada do recurso. Ela ocorrerá provavelmente no início de abril”, disse o diretor.
Segundo Abilio, também serão liberados R$ 500 mil para projetos de infraestrutura e outros R$ 500 mil para equoterapia, além de R$ 2,5 milhões para investir no Centro de Convivência da universidade.
Os recursos foram incluídos no Orçamento Geral da União (OGU) e precisam ser disponibilizados pela Presidência da República.
*Sob supervisão de Kessillen Lopes