Toni da Silva Flor foi assassinado em 2020, quando chegava em uma academia, em Cuiabá. O executor do crime e três intermediários respondem por homicídio qualificado. A mulher dele foi condenada como mandante do assassinato.
O executor e os intermediários envolvidos no homicídio do empresário Toni da Silva Flor, em 2020, foram condenados pelo Tribunal do Júri, nessa quinta-feira (7). O executor recebeu pena de 22 anos de prisão, dois intermediários cumprirão 18 anos, e a terceira intermediária, 16 anos. Eles respondem por homicídio qualificado.
O empresário, de 37 anos, foi assassinado a tiros no dia 11 de agosto de 2020, quando chegava em uma academia do Bairro Santa Marta, na capital. Durante as investigações, a mulher dele, Ana Cláudia Flor, confessou ter pago R$ 60 mil para que os atiradores o matassem.
Ana Cláuda Flor foi condenada em 2022, a 18 anos de prisão. Ela cumpre pena em regime fechado na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá.
Conforme a justiça, o caso está encerrado, e totalizou 90 anos de prisão para mandante, executor e intermediários.
Além disso, Ana Cláudia relatou em depoimento momentos que foi ameaçada e agredida por Toni.
Relembre o caso
Segundo a polícia, o interesse na herança da vítima e a tentativa de esconder outros relacionamentos teriam motivado o crime, cometido por três homens.
A mãe de Toni, posteriormente, impetrou ação na Justiça pedindo que a acusada fosse declarada indigna de receber a herança deixada pelo marido, não podendo, portanto, vender quaisquer bens que estivessem arrolados no inventário judicial.
O casal estava junto há 15 anos e tinham três filhas.
Ana Flor está presa na Penitenciária Feminina “Ana Maria do Couto May”, na capital, desde 19 de agosto do ano passado, durante a Operação Capciosa, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O atirador foi preso antes, no dia 11 do mesmo mês. Enquanto a mulher que ajudou Ana a planejar a execução, no dia 27 de agosto.
O crime
O atirador abordou o empresário em frente ao estabelecimento. De cabeça baixa, perguntou pelo nome dele e, ao responder, Toni foi baleado.
Ele correu para dentro da academia, onde foi socorrido e, depois, levado para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde morreu dois dias depois.
A princípio, a suspeita era de que a vítima tivesse sido confundida com um agente da Polícia Federal. A arma do crime foi jogada no Lago do Manso.
Depoimentos
À polícia, o homem que efetuou os cinco disparos contra Toni confessou que Ana Cláudia negociou R$ 20 mil com cada criminoso pelo assassinato.
Durante o depoimento de Ana Cláudia, algumas perguntas feitas por ela causaram estranheza à polícia, como o questionamento sobre imagens do local do crime e se apenas a confissão do atirador poderia condenar alguém.
Em 2019, Ana registrou um boletim de ocorrência onde afirmou que foi agredida por Toni, após ele flagrar uma conversa dele com outro homem por um aplicativo de mensagens.
A Polícia Civil informou, no avanço do inquérito, que apurava a ligação dos supostos amantes com o assassinato de Toni.