O requerimento ainda pede um relatório detalhado do acompanhamento eletrônico de todos os deslocamentos feitos pelo réu. O crime foi registrado em 18 de janeiro de 2023, em Cuiabá.
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu pela revogação da prisão domiciliar de Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 58 anos, filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB), nesse domingo (25), após denúncias de que o réu fez diversos deslocamentos não autorizados pela Justiça.
Carlos responde pelo feminicídio qualificado contra Thays Machado e homicídio qualificado contra Willian Cesar Moreno. O caso foi registrado em 18 de janeiro de 2023, em Cuiabá.
Em uma das ‘saídas’, o réu teria ido até um supermercado da capital cercado por seguranças e, de acordo com o requerimento do MP, isso representa “uma afronta à justiça e à sociedade, e uma ameaça aos familiares e testemunhas do processo”.
A reportagem procurou a defesa de Carlos, que afirmou que a medida é indevida pois, segundo ele, o acusado está muito doente e precisa de cuidados especiais, portanto, não pode ser preso.
O requerimento ainda pede um relatório detalhado do acompanhamento eletrônico de todos os deslocamentos feitos por Carlos e todas as eventuais interrupções no funcionamento da tornozeleira decorrentes de descarregamento ou violações.
“O caminho que se impõe é a revogação da prisão domiciliar, restabelecendo-se a decisão que decretou a prisão preventiva, pelas razões expostas no parecer anterior, vez que imprescindível para garantia da ordem pública e para assegurar o bom desenvolvimento das provas em plenário”, diz trecho.
Relembre o caso
Thays havia feito um boletim de ocorrência contra Carlos e, de acordo com a polícia, o crime ocorreu quando ela estava no prédio para devolver o carro que havia emprestado da mãe usado para buscar o namorado no aeroporto.
Câmeras de segurança registraram as vítimas caminhando juntas momentos antes de serem assassinadas.
De acordo com o delegado Marcel, o acusado premeditou o assassinato e agiu por ciúmes, sendo motivado pela “emoção de vê-la se relacionando com outro homem”.
Durante as investigações, familiares de Thays foram ouvidos e afirmaram que o suspeito era “extremamente ciumento e possessivo”. Ele e a vítima mantinham um relacionamento há alguns anos, entre idas e vindas. O término mais recente teria ocorrido há cerca de 45 dias.
A polícia descobriu que Thays Machado era monitorada pelo ex-namorado por meio de uma ‘central de controle’, com informações detalhadas do dia a dia da vítima. Na casa do investigado, foram encontrados 71 prints de localizações dos lugares que a mulher frequentava. Carlos fazia o download no celular dele e, depois, imprimia a geolocalização. O investigado instalou os programas quando ainda se relacionava com a vítima.
Os investigadores encontraram ainda um caderno onde tinha as anotações com datas e locais que os aparelhos foram instalados. Assim, ele poderia saber até quanto tempo de bateria duraria os aparelhos de monitoramento.