Arthur Guilherme Miranda Almeida, de 22 anos, registrou o momento e diz que os animais pertencem a mata que fica ao redor da vizinhança e costumam se alimentar no local, já que são atraídos pelo cheiro dos lixos.
Uma família de quatis foi flagrada se alimentando de lixo em frente a uma casa em Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, na segunda-feira (19). Vídeos feitos por um morador mostram diversos animais da espécie saindo de uma região de mata para abrir sacolas de lixo na calçada. (Veja vídeo Abaixo)
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Segundo o morador que registrou o momento, Arthur Guilherme Miranda Almeida, de 22 anos, os animais pertencem a mata que fica ao redor da vizinhança e costumam se alimentar no local, já que são atraídos pelo cheiro dos lixos.
“Eles sempre andam em grandes grupos, com cerca de 20 a 30 quatis. São animais bem tranquilos, nós temos muitos deles aqui no parque Serra Azul”, diz.
O médico veterinário Jorge Salomão explica que esse comportamento dos quatis está cada vez mais comum no ambiente urbano e que por ser um animal onívoro, se alimenta de todo o tipo de comida.
“Os quatis andam em grupo e devido a urbanização eles estão cada vez mais perto das pessoas. Não é fácil evitar esse tipo de situação, o bichinho é terrível! Eles comem de tudo e vasculham bastante o lixo”, conta.
De acordo com Arthur, os quatis já invadiram as casas da vizinhança em busca de alimento. Para o médico veterinário, é aconselhado manter distância do animal sempre que isso aconteça.
“Eles abrem tudo, mas é importante usar lixeiras fechadas para dificultar o acesso. Eles invadem as casas e podem ser agressivos caso coloquem a mão e sejam encurralados. O ideal é ficar longe porque eles mordem e é uma mordida que machuca bastante”, explica.
🚩Recomendação é não alimentar animais silvestres
Animais silvestres, como o quati, podem ficar acostumados ao ser humano e, inclusive, ver as pessoas como fonte de alimento, caso sejam habituados a receber comida delas. A orientação da Polícia Militar Ambiental, portanto, é não alimentar esses animais.
O biólogo Christian Raboch explicou como eles ficam acostumados às pessoas. “O quati, assim como os primatas, macaco-prego, sagui, são animais que, se as pessoas ficam dando alimento, esses animais começam a ser humanizados. Então, quando eles veem o ser humano, eles acham que o ser humano é fonte de alimento. E aí, chegam para pegar uma banana, chegam para pegar um salgadinho, uma pipoca”.
“Sendo quati, sendo macaco-prego, eles vão encontrar na natureza um tipo de alimentação. E, a partir do momento que o ser humano começa a ofertar esse tipo de alimento industrializado, eles começam a ter problema de saúde, começam a aumentar a gordura, eles começam a ficar mais letárgicos, mais parados, fora as outras complicações que podem acabar causando”, explicou o biólogo.
Inclusive, doenças podem passar de pessoas para os animais. “Um exemplo bem danoso é, por exemplo, a herpes. Para o ser humano, pode dar uma feridinha na boca ou uma feridinha em outra parte do corpo. A herpes para o macaco-prego acaba dizimando, acaba matando. Então, às vezes a pessoa com herpes está comendo uma banana, dá uma mordida e depois oferece para o macaco. O macaco pegou herpes, para ele é letal, acaba matando o macaco”.
A interação com animais silvestres também pode ser prejudicial às pessoas, conforme o biólogo. “O bicho está acostumado ao ser humano, ver o ser humano como fonte de alimento E, muitas vezes, vai chegar perto, vai roubar o alimento”.