Em março de 2023, a Justiça determinou a intervenção do governo estadual na Saúde da capital.
Os novos secretários adjuntos da Secretaria Municipal de Saúde foram nomeados nesta quarta-feira (3) após o retorno do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, na administração da pasta na capital. Em março de 2023, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinou a intervenção do governo estadual na pasta da saúde da capital após “má gestão” por parte do município, em que apontou falta de medicamentos básicos nas unidades de atendimento da capital.
Conheça os nomeados:
- Marcus Fabrício Nunes dos Santos, como secretário-adjunto de Gestão
Marcus Fabrício é ex-vereador de Cuiabá. Segundo a prefeitura, ele iniciou a vida pública como diretor da Secretaria Municipal de Cultura, em 2001 e atuou como presidente da Junta Administrativa de Recursos de Infrações (Jari), no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Entre 2013 e 2014, ele foi secretário Municipal de Cultura e Turismo e atuou na Secretaria de Assuntos Estratégicos, em Brasília, entre 2015 e 2016. Antes de assumir a secretaria-adjunta, atuava como assessor da Secretaria de Governo.
- José Ricardo de Amorim Santana, como secretário-adjunto de Atenção Primária
Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Curitiba, Especialista em Políticas Públicas em Saúde; Especialista em Odontologia para Pacientes Especiais (CEOPE/UFMT); Especialista em Implante( EAPE-MT) e Especialista em Periodontia(UNIC).
Amorim foi coordenador da UPA Pascoal Ramos em 2012, Coordenador de Saúde Bucal de Cuiabá em 2013 e Diretor de Atenção Primária de Cuiabá entre 2014 e 2015.
- Oscarlino Alves de Arruda Junior, como secretário-Adjunto de Atenção Especializada e Vigilância em Saúde
Oscarlino é profissional de nível superior e possui 20 anos de carreira no Sistema Único de Saúde (SUS). Atuava junto à gestão municipal, como assessor especial de Governo. É economista e possui especializações em Economia e Gestão da Saúde, Gestão de Patrimônio, Gestão de Sistemas de Saúde e também atuou frente à equipe de implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Mato Grosso e da equipe de elaboração das diretrizes da Programação Pactuada Integrada.
Foi coordenador de equipe de supervisão médica, superintendente de assistência farmacêutica, assessor de regulação, controle e avaliação e por duas vezes presidiu o Sindicato dos Servidores do Meio Ambiente e Saúde do Estado (SISMA).
- Paulo Sérgio Barbosa Rós, secretário-Adjunto de Atenção Hospitalar e Complexo Regulador
Formado em Direito e é técnico em Contabilidade e Especialista em Direito Processual Civil pela Escola Superior do Ministério Público. Entre 2021 e 2023, foi diretor geral da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) e secretário-adjunto de Gestão na Secretaria Municipal de Saúde entre agosto de 2021 a novembro de 2021.
Atuou como Assessor Jurídico na SMS de maio de 2021 a agosto de 2021 e Corregedor Geral do Município de Cuiabá entre agosto de 2020 a janeiro de 2021.
Intervenção
Em dezembro de 2023, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) homologou, um acordo firmado entre o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), o Gabinete de Intervenção e a Prefeitura de Cuiabá, suspendendo o governo da Saúde da capital. A intervenção ocorreu desde março.
A intervenção foi determinada por considerar que há “má gestão” por parte do município, em que apontou falta de medicamentos básicos nas unidades de atendimento da capital.
O Gabinete de Intervenção foi montado após a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) ter aprovado o texto do decreto em plenário, por 20 votos a dois. No dia 9 de março de 2023, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinou a intervenção do governo estadual na pasta da saúde da capital.
Apesar da suspensão, a prefeitura deve seguir o acordo com as “medidas elencadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), bem como as ações implementadas e os documentos confeccionados pelo Gabinete de Intervenção”. A prefeitura deverá apresentar ao órgão um plano de trabalho com ações concretas, responsabilidades, metas e prazos.
Essa é a segunda vez que há determinação de intervenção na Saúde da capital. Na primeira vez, no entanto, o processo foi suspenso dias após iniciado.
A intervenção aprovada pelo órgão especial do TJMT deveria durar 90 dias – prorrogáveis pelo mesmo período, exclusivamente na Saúde, com fiscalização do TCE.
No dia 12 de maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter o Gabinete de Intervenção do governo estadual na Secretaria de Saúde. O julgamento foi virtual e durou sete dias. Rosa Weber, que na época era a relatora do caso, entendeu que a intervenção é uma ferramenta legítima como resposta para os seguidos descumprimentos de decisões judiciais por parte da secretaria.
O que diz o TAC?
Fica instituído, segundo o documento, a criação da Equipe de Apoio e Monitoramento e os servidores deverão acompanhar e emitir relatórios mensais sobre o cumprimento do acordo. Os relatórios deverão ser apresentados ao TCE.
A Prefeitura de Cuiabá deverá fornecer aos integrantes acesso integral aos sistemas de informação e documentos da Secretaria Municipal de Saúde e da Empresa Cuiabana de Saúde Pública.
A equipe também deve ficar responsável pelo fechamento das contas e pela confecção do balanço de 2023.