Ações que mantêm o controle sanitário dos animais são fundamentais para o crescimento da produção e confiança dos países compradores da carne brasileira
A população bovina de Mato Grosso é a maior do país. De acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), 14,80% do rebanho bovino nacional estão no estado, ao todo são 34,3 milhões de animais. Com população humana estimada em 3,7 milhões de pessoas, a média fica em 9,3 bovinos por morador.
Em 2022 o estado bateu, pelo sexto ano seguido, o recorde de crescimento e se manteve na liderança do ranking nacional entre as federações. De acordo com o diretor técnico da Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso), Francisco Manzi, o aumento no volume de animais é resultado de um trabalho em conjunto. “É um trabalho feito a várias mãos, setor produtivo, governos em todas as esferas, indústria e distribuidores. Os produtores são responsáveis por criar, recriar e terminar os animais conforme a exigência do mercado, com eficiência e respeito aos três pilares da sustentabilidade, a indústria, tanto frigorífica que transforma, embala, conserva e distribui os produtos, as redes atacadista e varejista, que continua o processo até chegar na gôndola. As indústrias farmacêutica e de insumos, que disponibilizam produtos e equipamentos com cada vez mais eficiência para a saúde e o bem-estar dos animais e do homem”, comenta.
O controle sanitário, aliás, é o principal pilar para manter a atividade saudável e segura tanto para quem produz, quanto para quem consome. O Fesa-MT (Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso) tem papel fundamental nisso. Criado por instituições compostas por produtores indústrias, como Acrimat, Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), Ovinomat (Associação Mato-grossense dos Criadores de Ovinos e Caprinos) e Sindifrigo (Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado de Mato Grosso), o órgão recebe parte da venda de bovinos aos frigoríficos. “A sanidade é a principal barreira para as exportações de carne que hoje alcançam mais de 70% dos países do globo. Ter um rebanho saudável é fundamental, não só para a lucratividade, mas também para a saúde humana. A garantia de manutenção de um fundo privado robusto, dá segurança ao produtor, que possui uma atividade de longo prazo”, garante Manzi.
Comunicar o número de animais ao Indea é uma das medidas que garante essa segurança sanitária. Em novembro, todos os criadores de bovinos, bubalinos, ovinos, aves, suínos, equídeos, peixes e abelhas devem informar quantos animais que possuem em suas propriedades.
Essa é a segunda Campanha de Atualização de Estoques de Rebanhos. O prazo de comunicação termina em 30 de novembro e quem descumprir, poderá pagar multa de 29 UPFs (aproximadamente R$ 6 mil). No caso do rebanho bovino o procedimento substitui a vacinação contra a febre aftosa, que não é mais necessária a partir de 2023, após 40 anos de imunização. “O atestado da qualidade sanitária do nosso produto e a garantia de sua aptidão para o consumo são os primeiros questionamentos de qualquer comprador exigente. A política de Sanidade Animal é um tema levado a sério por todas as entidades relacionadas à produção de proteína animal. Esta política está em constante debate e sujeita a mudanças com o propósito de evoluir, uma vez que almejamos corresponder à crescente demanda global por alimentos”, conclui o diretor da Acrimat.
Desde o dia 07 de novembro a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA), exceto para abate, só pode ser emitida caso a comunicação tenha sido feita. Para comunicar, o criador deve ir até uma unidade do Indea ou fazer a declaração de maneira eletrônica pelo Módulo do Produtor.