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Incêndio havia sito extinto no dia 31 de outubro, mas voltou com intensidade na segunda-feira. Segundo o diretor do projeto SOS Pantanal, o cenário deve ficar bem parecido com o que foi visto em 2020, período em que registrou uma das maiores queimadas da história do bioma.
Imagens divulgadas pelo biólogo Gustavo Figueiroa, diretor do projeto SOS Pantanal, mostram grande parte do Parque Estadual Encontro das Águas devastado pelos incêndios que atingiram a região entre Poconé e Barão de Melgaço. O fogo começou em outubro e foi controlado, no entanto, retornou com grande intensidade na última segunda-feira (6).
Em vídeo, Gustavo conta que está em Corixo Negro, local conhecido pela alta concentração de onças-pintadas. As imagens mostram a região destruída.
VIDEO:
O biólogo explica que o mais preocupante nesta situação é a chegada de um outro foco de incêndio que segue do Parque Nacional do Pantanal e que, segundo ele, já está bem próximo do Parque Encontro das Águas.
Gustavo acredita que, em menos de uma semana, esse outro o incêndio deve chegar e, com isso, o cenário deve ficar bem parecido com o que foi visto em 2020, período em que registrou uma das maiores queimadas da história do bioma.
“Tá bem feia a situação, não encontramos nenhuma onça, elas provavelmente devem ter fugido, mas encontramos diversos outros animais mortos. O cenário é bem preocupante e a situação está crítica aqui. Não tem profissionais o suficiente para o tamanho do desafio”, disse.
De acordo com o satélite do Laboratório De Aplicações De Satélites Ambientais – UFRJ (LASA), cerca de 31,44% de área do parque foi queimada.
O combate
De acordo com Gustavo, equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e da Defesa Civil estão com aviões atuando na linha de frente da região.
Segundo os bombeiros, duas equipes e duas embarcações devem permanecer na região de Corixo Negro, realizando prevenções pela localidade.
Além disso, a Sala de Situação Central e o Batalhão de Emergências Ambientais de Cuiabá continua com o monitoramento remoto do incêndio com satélites para orientar as equipes em campo.
Animais atingidos
O incêndio também gerou consequências desastrosas para fauna da região. A zoóloga americana Abigail Martin, fundadora do projeto Jaguar Identification, que estuda o comportamento das onças-pintadas na região de Porto Jofre, registrou o momento em que duas antas fogem das chamas.
Nas imagens é possível ver os animais entrando dentro do rio, enquanto o fogo cresce ao fundo. Além das antas, um ouriço também foi encontrado com todas as patas queimadas.
Uma sucuri foi encontrada morta junto com seus ovos em meio as brasas de um incêndio no Pantanal mato-grossense. No vídeo, é possível ver a sucuri queimada pelas chamas e ao seu lado, cerca de 5 ovos. (vídeo acima).
Além da sucuri, imagens também mostram um jacaré que morreu queimado pelas chamas.
Uma onça-pintada também foi flagrada acuada em uma área de mata para tentar fugir do incêndio. O vídeo gravado pelo fotógrafo, Erisvaldo Guilhermino de Almeida, mostra a onça ofegante, em um ‘abrigo’ embaixo de uma árvore, às margens do Rio 3 Irmãos.
O parque
O Parque Estadual ‘Encontro das Águas’ está localizado no encontro dos rios Cuiabá e Piquiri, na região de Porto Jofre, entre Poconé e Barão de Melgaço, municípios a 104 e 121 km de Cuiabá. A reserva tem 108 mil hectares e se pode ver a exuberância do Pantanal bem de perto.
Segundo o governo de Mato Grosso, a localidade é conhecida por deter a maior concentração de onças-pintadas do mundo. Os visitantes observam o animal de longe durante passeios de barco em rios do Pantanal.
O melhor período para observar a onça é entre julho e final de setembro, período da seca. Nesses meses as onças ficam mais próximas das margens dos rios em busca de água e caça, então, é mais fácil de deparar com o animal.
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