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Inédita no Pantanal Norte, a iniciativa reforçará as ações preventivas existentes há 26 anos na maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil
A prevenção de incêndios na maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil, a RPPN Sesc Pantanal, tem sido ampliada, desde 2020, com diferentes frentes de atuação, sendo a principal delas o Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF). Iniciativa inédita no Pantanal Norte, o documento que marca os 26 anos de criação da RPPN, reforça a integração de todas as atividades relacionadas à prevenção e combate aos incêndios florestais na reserva e entorno, tendo a construção colaborativa como a abordagem principal no planejamento e a queima prescrita como uma das ferramentas de conservação e manejo.
O PMIF associa aspectos essenciais do fogo: ecologia, cultura e manejo. Por isso, durante a elaboração do documento houve a coleta de informações com pantaneiros no entorno da RPPN, como o distrito de São Pedro de Joselândia e a Terra Indígena Perigara, a análise da vegetação, das pesquisas já realizadas e das ocorrências de incêndio registrados na área.
O uso do fogo como aliado a incêndios florestais, utilizando métodos de queimas prescritas, já é utilizado em todos os outros biomas existentes no Brasil e em unidades de conservação dos Estados Unidos, África e Austrália e simula uma queima de origem natural, em período previamente analisado, em áreas selecionadas, adaptadas ao fogo, com o objetivo de reduzir parte da vegetação para melhorar as condições de controle dos incêndios na estação seca.
Com 108 mil hectares, a RPPN Sesc Pantanal, unidade do Polo Socioambiental Sesc Pantanal localizada em Barão de Melgaço, teve 93% de sua área atingida pelo fogo em 2020, em diferentes níveis de intensidade. Desde então, explica a bióloga e gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália, os esforços para proteger a área, que corresponde a cidade do Rio de Janeiro, foram fortalecidos, incluindo estudos de manejo integrado do fogo já em 2021.
“Em unidades de conservação como a RPPN Sesc Pantanal, onde existe uma preocupação com a ocorrência de incêndios e o compromisso com princípios de governança socioambiental, o PMIF é um dos instrumentos de aplicação do Manejo Integrado do Fogo (MIF) mais indicados, e é uma ferramenta fundamental para o aprimoramento contínuo da gestão da unidade”, destaca Cuiabália.
Além desta nova perspectiva para a prevenção dos incêndios, no plano também estão documentadas as ações de prevenção e combate a incêndios realizadas na RPPN desde sua criação, como a construção de aceiros, monitoramento e campanha de sensibilização com a população, realizadas pela Brigada Sesc Pantanal.
“Com a finalização do PMIF pelo Sesc Pantanal, o documento segue para aprovação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para, em seguida, ser aplicado na RPPN. Até lá, as ações já realizadas durante todo o ano continuam, paralelamente, intensificando a proteção da unidade de conservação que representa 1% do Pantanal brasileiro”, declara o gestor da RPPN Sesc Pantanal, Alexandre Enout.
O PMIF foi realizado em parceria com a Fundação Pró-Natureza (Funatura) e apoio do ICMBio e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU). O projeto contou com o financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) por meio do Projeto Estratégias de Conservação, Recuperação e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), com as agências Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como implementador e o Fundo Brasileiro de Biodiversidade (Funbio) como executor.
26 anos da RPPN Sesc Pantanal
Há 26 anos, o Sistema CNC-Sesc-Senac se comprometeu efetivamente com a sustentabilidade, reconhecendo a importância de consolidar um projeto de conservação da natureza aliado ao desenvolvimento comunitário e ao turismo de natureza. Com isso, foi criada a RPPN Sesc Pantanal, referência socioambiental para o Brasil e reconhecida internacionalmente como Sítio Ramsar, área úmida de importância mundial, e Zona Núcleo da Reserva da Biosfera do Pantanal, título conferido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Entre as espécies ameaçadas de extinção, a RPPN possui 25, como a onça-pintada, anta e lobo-guará. Dos benefícios que a reserva presta à humanidade estão a purificação das águas, controle das inundações, reposição das águas subterrâneas, controle do fluxo de sedimentos e nutrientes do solo, reservas de biodiversidade e mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
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