Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, as quedas consecutivas nos preços de alimentos contribuíram para o aumento no volume de itens adicionados à cesta de consumo
O consumo nos lares brasileiros acumulou alta de 2,58% de janeiro a agosto de 2023 na comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo o balanço divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), nesta quinta-feira (28/9), em agosto o consumo se manteve estável, fechando em 0,80%. Na comparação com agosto de 2022, o crescimento é de 4,12%.
O levantamento contempla todos os formatos e canais operados pelos supermercados e os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, as quedas consecutivas nos preços de alimentos contribuíram para o aumento no volume de itens adicionados à cesta de consumo. “A estabilidade de renda, combinada com a queda nos preços dos alimentos, permitiu ao consumidor acrescentar mais itens na cesta de abastecimento dos lares e buscar itens de valor agregado, a exemplo da carne bovina”, justificou.
O valor da cesta Abrasmercado registrou queda de 1,71% em agosto na comparação com julho. No ano, a queda acumulada é de -4,89%. O indicador mede a variação da cesta composta por 35 produtos de largo consumo: alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza.
Os preços, em média, recuaram de R$ 730,06 para R$ 717,55. Na análise regional, a maior queda no indicador ocorreu na região Centro-Oeste (-2,25%), seguida do Sudeste (-1,96%), Sul (-1,57%), Nordeste (-1,48%), Norte (-0,98%).
Houve recuo nos preços das proteínas animais com os cortes dianteiros, que registraram queda de 1,10% e dos cortes traseiros, de 1,78%. No ano, as quedas acumuladas são de 9,21% e 12,03%. Também registraram retração frango congelado (-2,04%) e pernil (-0,85%). Pela primeira vez no ano, os ovos caíram -3,15%.
Itens básicos
Entre os itens básicos, o maior recuo de preço foi do feijão (-8,27%), que – no acumulado do ano – foi de -12,77%. Na comparação com meses anteriores, a queda do óleo de soja foi menor (-1,03%) e, no acumulado do ano, ela teve o maior recuo de preços (-28,86%). Outras retrações vieram da farinha de trigo (-1,79%), café torrado e moído (-1,50%) e da farinha de mandioca (-0,61%).
Os recuos na cesta de lácteos foram puxados por leite longa vida (-3,35%), leite em pó (-1,30%) e margarina cremosa (-1,18%). Na cesta de higiene e beleza, as principais retrações foram registradas em sabonete (-0,62%) e xampu (-0,26%). As altas afetaram creme dental (+0,33) e papel higiênico (+0,31%). Em limpeza, houve diminuição nos preços da água sanitária (-0,92%) e desinfetante (-0,28%).
O levantamento destaca ainda que em agosto, dentre os principais recursos injetados na economia estão: R$ 14,25 bilhões do programa Bolsa Família, R$ 608 milhões em Auxílio Gás, R$ 1,7 bilhão em pagamentos de Requisições de Pequeno Valor (INSS), R$ 7,5 bilhões do 4º lote de Restituição do Imposto de Renda.
Para setembro, estão previstos os repasses de R$ 14,58 bilhões do Bolsa Família – segundo maior patamar liberado no ano, o pagamento do último lote de Restituição do Imposto de Renda e a liberação de R$ 2,30 bilhões para pagamento de Requisições de Pequeno Valor (INSS) – maior valor já pago no ano.