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Família soma 199 anos de prisão por tráfico internacional de drogas por Viracopos; veja esquema

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A Justiça Federal de Campinas (SP) condenou a 112 anos de prisão por lavagem de dinheiro um homem apontado como um dos líderes de uma organização criminosa que usava o Aeroporto Internacional de Viracopos para o envio de cocaína à Europa.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Roberley Eloy Delgado comandava uma “rede familiar destinada à ocultação dos recursos oriundos do tráfico de drogas”. Somadas, as penas da família chegam a 199 anos. Cabe recurso da decisão – veja, abaixo, o posicionamento das defesas.

⚖ Penas da família em 1ª instância:

  • Roberley Eloy Delgado112 anos, 2 meses e 10 dias de reclusão em regime inicial fechado
  • Gislaine da Silva, mulher de Roberley: 35 anos de reclusão em regime inicial fechado
  • Mirlene Hermínia Delgado Alves, irmã de Roberley: 31 anos de reclusão em regime inicial fechado
  • Meire Cristina Delgado dos Santos, irmã de Roberley: 7 anos de reclusão em regime semiaberto
  • Clodoaldo Aparecido dos Santos, marido de Mirlene: 7 anos de reclusão em regime semiaberto
  • Rafael Augusto da Silva, irmão de Gislaine: 7 anos de reclusão em regime semiaberto

 

Além deles, o homem apontado como operador financeiro do esquema, André de Azevedo Avelino, recebeu pena de 7 anos de reclusão. Entenda o esquema:

👨‍👩‍👧‍👦 ‘Rede familiar’

 

De acordo com o MPF, Roberley Eloy Delgado comandava a rede familiar “destinada à ocultação dos recursos oriundos do tráfico de drogas”. Foi apurado que as transações envolviam a circulação de dinheiro em espécie, operações financeiras ilegais e a aquisição de imóveis e veículos sem registro.

O homem era peça-chave do esquema que acabou apurado e foi alvo da Operação Overload, da Polícia Federal, em outubro de 2020.

O MPF destaca que Roberley “intermediava remessas de cocaína com destino a terminais europeus, mantinha contato com fornecedores da droga e realizava a distribuição de valores obtidos com as vendas”.

A decisão da 1ª Vara Federal de Campinas foi proferida no último dia 18 de setembro, e o g1 teve acesso ao teor da sentença nesta terça (26).

Roberley já havia sido condenado em 2022 a outros 26 anos e 9 meses de prisão por sua atuação no esquema instalado no aeroporto de Viracopos.

💰 Lavagem de dinheiro

 

Ainda segundo o MPF, parte do dinheiro obtido com o tráfico foi apreendido com Roberley em setembro de 2020. “Autoridades encontraram R$ 342 mil em espécie, além de grande quantidade de dólares e euros”, destaca a promotoria.

O MPF informa que as investigações apontaram que outra parcela dos recursos ilícitos obtido com o tráfico internacional circulava pelo sistema bancário por meio das contas de suas irmãs, da própria filha e de empresas registradas em nome de laranjas.

“As quantias eram lavadas também a partir de empréstimos intermediados pela empresa AAX Consultoria em Gestão Empresarial, de André Avelino. As operações camuflavam-se com a simulação de contratos de compra e venda entre familiares de Roberley e os tomadores desses empréstimos. As transações não tinham autorização do Banco Central nem passavam por fiscalização do sistema financeiro”, detalha o Ministério Público Federal.

🏡🚗 Imóveis e carros

 

A investigação apontou que a compra de bens, entre elas a participação em hotel, também era usada no esquema de lavagem de dinheiro oriundo do envio de cocaína à Europa.

Segundo o MPF, foi apurado que foram adquiridos 13 veículos e nove imóveis com a quantia obtida pelo tráfico internacional, todos sem registro que apontassem o verdadeiro dono, que seria Roberley.

“Entre essas propriedades estão participações em um hotel em Foz do Iguaçu (PR) e uma chácara em Monte Mor (SP), documentada em nome de Rafael da Silva, mas cuja piscina tem a inscrição “Família Delgado” feita com azulejos”, destaca o MPF.

 

Polícia Federal faz desdobramento da operação Overload  — Foto: Divulgação/Polícia Federal
Polícia Federal faz desdobramento da operação Overload — Foto: Divulgação/Polícia Federal

O que dizem as defesas?

 

O advogado Alex Lúcio Alves de Faria, que representa Roberley, Gislaine e Rafael no processo informou que já apresentou recurso contra a decisão.

“A defesa técnica já apresentou recurso e não tem dúvidas de que a decisão de primeira instância será reformada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, tendo em vista que Roberley já foi condenado em outro processo pelos menos fatos”, destacou o defensor.

 

g1 tentou contato por telefone com os advogados que representam os outros condenados, mas não obteve retorno. A reportagem será atualizada assim que as defesas se manifestarem.

✈ Operação Overload

 

Na data da operação, em 6 de outubro de 2020, além dos 32 suspeitos detidos, dois morreram. Acesso a informações privilegiadas do esquema de segurança, ameaça a funcionários e transporte de drogas por trator, palets, malas e até com veículo de entrega de comida estavam entre os métodos de atuação da quadrilha revelados por investigadores da PF.

Viracopos, atualmente, é o maior terminal do país em volume de cargas movimentadas por via aérea. Na ocasião, a concessionária do terminal destacou que colaborava com as investigações.

Segundo a PF, a quadrilha ficava responsável pelo fornecimento de cocaína que seria levada para a Europa. Além disso, o grupo aliciou funcionários que atuavam no aeroporto para que interferissem a favor da quadrilha nas atividades de logística do terminal.

Ainda de acordo com a investigação, entre os funcionários e ex-funcionários terceirizados de Viracopos que atuavam com a quadrilha estão vigilantes, operadores de tratores, coordenadores de tráfego, motoristas de viaturas, auxiliares de rampa, operadores de equipamentos e funcionários de empresas fornecedoras de refeições a tripulantes e passageiros, que eram os responsáveis pelo esquema de embarque das drogas nas aeronaves com destino ao exterior.

Durante as investigações, as autoridades conseguiram apreender 138 quilos de entorpecentes negociados pelo grupo.

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