Itamaraty anunciou que exigência de visto dos três países que não adotam reciprocamente a mesma política para o visto ao cidadão brasileiros seguirá até janeiro
A decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que liberou a exigência de visto para cidadãos de Austrália, Japão, Estados Unidos e Canadá, em visitas ao Brasil, será mantida até 10 de janeiro de 2024. A medida seria revogada, agora, em 1º de outubro, mas em função do acordo de reciprocidade com o Japão, para a emissão de uma autorização eletrônica, todos os países que estavam na isenção do governo anterior ficarão dispensados de visto até o próximo ano.
A medida da gestão Bolsonaro foi muito criticada, já que o Brasil estava oferecendo um tratamento facilitado para cidadãos de países que não adotavam a mesma política com os brasileiros. Os defensores da iniciativa, contudo, apostavam em um crescimento do número de visitantes dessas nações, o que acabou não se mostrando significativo no fluxo de turistas para o país.
Com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e novo comando do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o embaixador Mauro Vieira vem afirmando que o país retornará a sua política histórica de reciprocidade, ou seja, apenas concedendo a isenção de visto para cidadãos de países que adotarem a mesma prática para com os cidadãos brasileiros.
Nesse período, o MRE estabeleceu um entendimento com o Japão para isenção recíproca da necessidade de visto para visitas em estadas de curta duração, mas com a exigência de uma autorização eletrônica de viagem.
Já começa a valer, em 1º de outubro, a liberação para que cidadãos brasileiros, que antes precisavam solicitar visto no consulado do Japão, visitem o país asiático com uma simples autorização eletrônica.
Reciprocidade
Apesar da volta de exigência de visto em janeiro, segundo o MRE, o Brasil segue conversando com os três países para estabelecer acordos que facilitem o turismo entre os países.
“O Brasil está pronto a negociar, com os três países, acordos de isenção de vistos baseados nos princípios da reciprocidade e da igualdade entre os Estados”, disse o Itamaraty em nota.